O REGRESSO AOS MERCADOS
Há quem diga que os mercados são entidades abstractas, feitas de especuladores sem escrúpulos, manuseando fundos de investimento obscuros, com contas cifradas em offshore. Que são hipócritas e matreiros. Que só pensam em si mesmo. Que são eles os responsáveis pela crise.
Não foi essa a minha experiência. Ontem fomos às Caldas da Rainha (aqui a uma hora de Lisboa). Os mercados funcionaram perfeitamente. Muita couve e batatas. Cenouras e nabos aos molhos. Uma sã convivência, com taxas de juro muito aceitáveis e crédito à vista para todos. Oferta e procura.
Quando era mais novo fartava-me de ir aos mercados. Talvez fosse mais liberal. Havia outra confiança. A austeridade era implícita. Agora ir aos mercados é uma janela de oportunidade, na esperança que a Euribor esteja de bom humor e o yeld tenha tido uma noite repousada.
Ontem foi o regresso aos mercados. Um país que continua a vender alhos e cebolas. Que continua a tirar da terra o seu sustento e para quem a crise é apenas mais uma.
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