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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


O mundo é um lugar estranho.





Em Marrocos, como se refere aqui, um homem pode casar com quatro mulheres. No entanto, depois da revisão das leis da família, em 2004, foram impostas muitas restrições à poligamia. Hoje, só 3% dos casamentos são polígamos. Mas, de acordo com algumas sondagens, 44% dos marroquinos  são favoráveis à permissão legal da poligamia. O casamento está em declínio e, dizem, o número de mulheres solteiras não pára de aumentar. Alguns iluminados, como Abdessalam El Bouraini, presidente da Ordem Nacional de Notários Religiosos, propôs o retorno à poligamia livre e sem restrições. Os grupos de defesa dos direitos das mulheres protestaram em uníssono. É que, se há menos casamentos, não há só mais mulheres solteiras, há também mais homens solteiros, certo? E, no entanto, ninguém propôs a instituição da poliandria… Mais: uma das razões apontadas para o declínio dos casamentos é o facto de serem os noivos a arranjar casa e pagar as vultuosas despesas da festa. Mas isso não é um argumento para acabar com a poligamia, já que é tão cara? Mais: se existir poligamia, um privilégio de ricos que podem ter casa e bodas faustosas, não diminui o número das mulheres disponíveis? Enfim, não tentem encontrar argumentos racionais para justificar práticas ancestrais que de racional nada têm. 

 


Nos Estados Unidos, creio que à margem da lei, há quem pratique a poligamia e até dela faça um objecto de comércio. Joe tem relações maritais com três mulheres – Alina, Vicki e Valerie –, de que resultou uma família numerosa. Love Times Three. Se quiséssemos justificar isto à luz de argumentos racionais, como fazem em Marrocos, diríamos que se trata de uma boa opção para combater a quebra de natalidade… Mas, já agora, para quando a defesa da poliandria?

A família Darger
Malomil

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