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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


Ciclismo 

Conheça a explicação para Armstrong nunca ter sido apanhado
O presidente da Autoridade Anti-Dopagem (ADoP), Luís Horta, explica ao jornal A Bola por que Lance Armstrong nunca foi apanhado nos testes de doping, garantindo que só quem não conhece os “meandros do doping e os seus controlos” fica espantado com o caso do ciclista norte-americano.
Conheça a explicação para Armstrong nunca ter sido apanhado
DR
DESPORTO
Se para muitos foi o choque a confissão do ciclista Lance Armstrong, o mesmo não pensou o presidente da ADoP. Luís Horta conta, em entrevista à Bola, que quando esteve na Volta à França (Tour) em 2003, viu coisas “inacreditáveis”.
“A confissão dele [Armstrong] é de salutar. Porém, para as pessoas que trabalham na luta contra a dopagem, não traz nada de novo. É a confirmação daquilo que nós, já há muitos anos, sabíamos”, afirma Luís Horta, acrescentando que quando “saiu o acórdão da Agência Norte-Americana de Anti-Dopagem (USADA), em 2012, que suspeitávamos que assim era”.
Até porque, acrescenta o presidente da ADoP, “há muitos anos que se percebia que o rendimento desportivo de Armstrong (…) não era compatível, em princípio, com a não utilização de substâncias proibidas”.
Mas como conseguia o ciclista norte-americano escapar? Nessa altura, “havia fragilidades no sistema de controlo, que faziam com que não dessem positivo”, destaca Luís Horta, dando um exemplo que presenciou em 2003 enquanto observador independente do Tour.
“Antes de serem notificados, no final de cada etapa, de que seriam submetidos a controlos anti-doping, os ciclistas tomavam conhecimento dos resultados da selecção através da Rádio Volta (…) 20 minutos antes das finais das etapas. Repito: 20 minutos! Sabiam quem seria e quem não seria controlado”, revelou o presidente da ADoP, explicando que desta forma “podiam tomar imediatamente um estimulante para o final da etapa, e os que seriam controlados, as devidas precauções”.
Revela ainda Luís Horta que “no final das etapas, os ciclistas eram notificados para se submeterem ao controlo, e tinham uma hora para se apresentarem no local. Uma hora! E não eram escoltados”.
O presidente da ADoP conta que por isso decidiu adoptar outra estratégia: acompanhar os atletas até aos autocarros das equipas. Mas foi “barrado diversas vezes” e porquê? Porque ali “tudo se podia fazer”, como por exemplo “executar manipulações, ou seja, algaliar um atleta, retirar-lhe a sua urina e colocar-lhe, através da algália, urina de alguém não dopado”, ou “colocar na uretra do atleta um pequeno pó (as proteases), o que se faz em menos de um minuto, destruidor das proteínas e que, ao mesmo tempo, destroem o eritropoletina (EPO) que está na urina”.


Além disso, Luís Horta revela que a equipa de Armstrong, a US Postal, “tinha durante toda a noite pessoas em posições mais elevadas dos hotéis para poderem detectar algum carro da organização [do Tour], avisando logo o director-desportivo e, posteriormente, os ciclistas cujos níveis de hematócrito (percentagem de glóbulos vermelhos no sangue) estivessem além do permitido. [Depois] bastava colocar soro fisiológico para o nível baixar”.
Depois de o ciclista norte-americano ter admitido que tomou hormonas de crescimento, cortisona, EPO, testosterona, e esteróides, Luís Horta garantiu que a acessibilidade a estas ‘drogas’ era “fácil” e que este processo demonstra que Armstrong contou com “apoio (…) dentro e fora da equipa”.

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