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segunda-feira, 28 de maio de 2012



OREMOS, IRMÃOS

Caos no Vaticano com escândalo de fuga de informação

É um dos maiores escândalos envolvendo o Vaticano nas últimas décadas, com documentos que revelam lutas internas pelo poder, intriga e corrupção, ao mais alto nível. Para já, há um detido apenas: o mordomo do Papa

A investigação conduzida pela Santa Sé para descobrir a fonte dos documentos revelados já levou a uma detenção - Paolo Grabriele, mordomo do Papa -, e vai prosseguir.
Paolo Grabriele tem 46 anos, é pai de três filhos, e foi detido depois de os investigadores do Vaticano terem descoberto documentos da Santa Sé no seu apartamento.
Mordomo pessoal do Papa desde 2006, foi visto várias vezes ao lado de Bento XVI e faz parte do grupo restrito de pessoas que convive diariamente com o Sumo Pontífice.
Em causa estão documentos que evidenciam lutas internas pelo poder, intriga e corrupção, ao mais alto nível da Igreja Católica.
O caos começou na semana passada, com a publicação de documentos que incluem correspondência, notas dirigidas ao Papa e ao seu secretário pessoal e continuou, na última quinta-feira, com o presidente do banco do Vaticano, Gotti Tedeschi, a ser afastado. No sábado, confirmou-se que o mordomo do Papa seria o "informador", fornecendo documentos aos jornalistas italianos, numa aparente tentativa de desacreditar o número dois da Santa Sé.
O banco, conhecido como o Instituto para os Trabalhos Religiosos, emitiu no sábado um comunicado, a que a Associated Press teve acesso, abordando as razões para o afastamento de Tedeschi: faltava, alegadamente, às reuniões de direção, não fazia o seu trabalho, não defendia o banco, dividia os funcionários e apresentava um "comportamento pessoal progressivamente errático".
O conselho do banco acusa ainda o ex-diretor de ser, ele próprio, fonte de documentos confidenciais.
O escândalo da fuga de informação começou em janeiro, quando o jornalista italiano Gianluigi Nuzzi publicou cartas do antigo número dois do Vaticano para o Papa, nas quais implorava para não ser transferido por ter alegadamente exposto práticas corruptas, o que terá custarado à Santa Sé milhões de euros.
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