O filho do casal residente naquela morada àquela hora ainda estava na escola.
O nome da criança consta de uma lista de seis meninos, com idades entre os seis e os dez anos, que o Ministério Público de Vila Verde quer ouvir no âmbito de um inquérito à conduta de um professor da Escola Básica de 1.º ciclo de Turiz, em Vila Verde.
A encarregada de educação de um dos estudantes do primeiro ano decidiu apresentar queixa contra o professor por supostos maus tratos ao seu filho. E, nessa queixa, a mãe indica como testemunhas, “sem conhecimento e consentimento dos pais”, seis alunos da mesma escola, revela o pai de uma das crianças, José Luis Mendes de Castro, também representante dos encarregados de educação.
Por isso, o MP ordenou à GNR de Vila Verde que notificasse as crianças para que fossem ouvidas a 14 de Junho.
José Luís Mendes de Castro mostra espanto quanto ao insólito da situação, notando que “o procedimento normal, mesmo para criminosos adultos reincidentes, é o da carta registada”.
GNR notificou pais
A GNR informa que "em circunstância alguma se notificam crianças". O que aconteceu é que a GNR recebeu do Ministério Público os nomes e constatou que eram crianças, por isso, notificou os pais. "Foram os pais que foram notificados, mas é o nome das crianças que está nos documentos", clarifica o tenente coronel Costa Lima, da assessoria de imprensa da GNR.
No caso de um dos meninos de nove anos que vive com a avó cuja morada era desconhecida da GNR, os militares foram buscá-lo à escola, interromperam a aula e meteram-no no jipe, de forma a que o rapaz lhes mostrasse onde morava a encarregada de educação, conta José Luís Mendes de Castro.
Costa Lima explica que "em nenhum momento um militar pode levar uma criança" sem autorização. O que aconteceu é que a GNR não tinha a morada da encarregada de educação e foi à escola. Foi a directora do estabelecimento de ensino que combinou com a criança e os militares da GNR deram-lhe uma boleia para saberem onde morava e poderem notificar a avó. "Se a directora da escola ou a criança dissesse 'não', a GNR não iria".
Para o pai, à perplexidade da notificação de crianças com menos de dez anos, juntam-se outras relacionadas com o conteúdo do ofício: a hora e data para prestar declarações coincide com o horário escolar, o que as obriga a faltar a uma manhã de aulas; o aviso de que, em caso de falta, poderão ter de pagar entre 210 a 2100 euros; a advertência de que a não comparência poderá resultar em “detenção pelo tempo indispensável à diligência”.
Acrescenta a notificação que as crianças na qualidade de testemunhas “podem fazer-se acompanhar de advogado”, nos termos da lei, sendo, no entanto, os honorários do mesmo, da sua responsabilidade. “Lá se vai o mealheiro…”, diz José Luis Mendes de Castro, um pai “revoltado pelo seu filho de seis anos, ter sido ameaçado de multa e cadeia por dois operacionais da GNR, caso opte por não faltar às aulas, não comparecendo no Ministério Público, para prestar declarações sobre um assunto a que é alheio”.
O PÚBLICO não conseguiu contactar com a magistrada que ordenou as notificações.
O nome da criança consta de uma lista de seis meninos, com idades entre os seis e os dez anos, que o Ministério Público de Vila Verde quer ouvir no âmbito de um inquérito à conduta de um professor da Escola Básica de 1.º ciclo de Turiz, em Vila Verde.
A encarregada de educação de um dos estudantes do primeiro ano decidiu apresentar queixa contra o professor por supostos maus tratos ao seu filho. E, nessa queixa, a mãe indica como testemunhas, “sem conhecimento e consentimento dos pais”, seis alunos da mesma escola, revela o pai de uma das crianças, José Luis Mendes de Castro, também representante dos encarregados de educação.
Por isso, o MP ordenou à GNR de Vila Verde que notificasse as crianças para que fossem ouvidas a 14 de Junho.
José Luís Mendes de Castro mostra espanto quanto ao insólito da situação, notando que “o procedimento normal, mesmo para criminosos adultos reincidentes, é o da carta registada”.
GNR notificou pais
A GNR informa que "em circunstância alguma se notificam crianças". O que aconteceu é que a GNR recebeu do Ministério Público os nomes e constatou que eram crianças, por isso, notificou os pais. "Foram os pais que foram notificados, mas é o nome das crianças que está nos documentos", clarifica o tenente coronel Costa Lima, da assessoria de imprensa da GNR.
No caso de um dos meninos de nove anos que vive com a avó cuja morada era desconhecida da GNR, os militares foram buscá-lo à escola, interromperam a aula e meteram-no no jipe, de forma a que o rapaz lhes mostrasse onde morava a encarregada de educação, conta José Luís Mendes de Castro.
Costa Lima explica que "em nenhum momento um militar pode levar uma criança" sem autorização. O que aconteceu é que a GNR não tinha a morada da encarregada de educação e foi à escola. Foi a directora do estabelecimento de ensino que combinou com a criança e os militares da GNR deram-lhe uma boleia para saberem onde morava e poderem notificar a avó. "Se a directora da escola ou a criança dissesse 'não', a GNR não iria".
Para o pai, à perplexidade da notificação de crianças com menos de dez anos, juntam-se outras relacionadas com o conteúdo do ofício: a hora e data para prestar declarações coincide com o horário escolar, o que as obriga a faltar a uma manhã de aulas; o aviso de que, em caso de falta, poderão ter de pagar entre 210 a 2100 euros; a advertência de que a não comparência poderá resultar em “detenção pelo tempo indispensável à diligência”.
Acrescenta a notificação que as crianças na qualidade de testemunhas “podem fazer-se acompanhar de advogado”, nos termos da lei, sendo, no entanto, os honorários do mesmo, da sua responsabilidade. “Lá se vai o mealheiro…”, diz José Luis Mendes de Castro, um pai “revoltado pelo seu filho de seis anos, ter sido ameaçado de multa e cadeia por dois operacionais da GNR, caso opte por não faltar às aulas, não comparecendo no Ministério Público, para prestar declarações sobre um assunto a que é alheio”.
O PÚBLICO não conseguiu contactar com a magistrada que ordenou as notificações.
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