DELÍRIOS POÉTICOS
Vem…
O mar espera-nos, Numa mansidão de lua reluzente. O corpo aguarda-te com inclemência, Amanhece solarengo nos teus dedos Quando me tocas sofregamente, Numa expressividade silenciosa. Vem… O coração nunca mente…! Estou carenciada do teu cheiro Irremediavelmente dividida ao meio. Metade de mim nem sabe A razão deste desassossego. Vem... Sente-me em silêncio, não tenhas medo! Sê luz que refulge com teimosia Nos corpos lânguidos de poesia Que percorrem quietos, o mundo Dos sonhos Vem… Em metamorfoses que calam os sentidos Com o mesmo despudor Com que te aproprias de mim, Numa dança descompassada Que me obriga à entrega…! Oh… Entrego-me assim...apaixonada! Vem… Não te ausentes…! Apaga os gemidos, revê-te em mim Como se fosses vela que me incendeia Que se reacende mesmo quando a apagas.
(VÓNY FERREIRA)
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