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quinta-feira, 22 de março de 2012

Polícias à paisana responsabilizados por incidentes frente à reitoria do Porto


Polícias à paisana responsabilizados por incidentes frente à reitoria do Porto


Testemunhas responsabilizaram, esta quinta-feira, "agentes à paisana" da polícia pela situação que levou a agressões de várias pessoas por elementos das forças de segurança, na manifestação de protesto frente à Reitoria do Porto , onde se encontra o primeiro-ministro.
foto PEDRO CORREIA/GLOBAL IMAGENS
Polícias à paisana responsabilizados por incidentes frente à reitoria do Porto
Passos Coelho no Porto
Em declarações à Lusa, Carla Silva, empregada de limpeza na Câmara de Matosinhos, diz que o filho foi agredido a pontapé por "um polícia à civil".
"Jovens estavam a protestar e a polícia decidiu virar-se à 'porrada'. Quando eu vinha a fugir com o meu filho, um polícia à civil deu-lhe um pontapé. Conclusão: gerou-se uma confusão outra vez e ainda prenderam um jovem. E a polícia é que tem a razão. No nosso país é assim", acrescentou.
Carla Silva garante que até à intervenção do polícia à paisana estava tudo pacífico.
"Estava a correr tudo muito bem, até o polícia à civil estragar tudo. Eles é que estragaram tudo", acusou.
A empregada de limpeza disse ter decidido juntar-se à manifestação por ganhar 250 euros por mês, lamentando que "uns tenham tudo e outros não tenham nada", mas garantiu nem saber que o primeiro-ministro iria estar à sua frente, dentro da Reitoria.
Carmo Marques, educadora de infância, recordou o momento em que foram chamar a atenção, junto à zona onde se encontrava, de que "andava por ali a polícia à paisana".
"No mesmo momento em que isso foi dito, uns foram agarrados e dirigiram-nos daqui para a carrinha da polícia. Claro que depois foi tudo uma avalanche de situações, o pessoal tentou que eles não levassem as pessoas e ali à frente começaram a cair bastonadas", descreveu.
"Estava uma rapariga no chão e eu meti-me entre ela e a polícia. Entretanto, um colega nosso foi preso e nós estávamos a dizer para o soltarem. A polícia também começa a chegar toda e iniciou-se a confusão. Pedi a identificação a um agente, mas ele não me disse absolutamente nada. Chamei o comissário e ele também não se dirigiu a mim. Agora, no fim, veio pedir desculpa, que ia a cair e por isso é que me tinha mandado um encontrão", acrescentou.
Tal como Carla Silva, Carmo Marques garantiu que até à entrada em cena da polícia à paisana tudo estava a decorrer de forma pacífica.
A mesma garantia foi dada por um estudante da Faculdade de Letras que foi detido pela polícia durante vários minutos.
Estava tudo pacífico até ao momento em que dois polícias à paisana levaram, para a carrinha, um colega nosso. Estávamos a manifestar-nos contra esta celebração hipócrita do primeiro-ministro, que tenta tirar dividendos políticos de um momento social muito grave. E houve um colega nosso que, sem fazer nada, foi metido dentro de uma carrinha. Todos nos indignámos. Fui uma das pessoas que foram algemadas pela polícia na sequência da confusão gerada em torno da detenção, acrescentou.
Para o estudante, "fica patente quem é que lida bem com a democracia e quem são os provocadores".

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