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domingo, 27 de outubro de 2019

Há ruas em Alfama em que ''já não se fala português''




sicnoticias.pt 


"Na Rua de São Pedro já não se fala português, na Rua dos Remédios já não se fala português e na Rua de São Miguel já não se fala português", disse à agência Lusa a presidente da APPA, Maria de Lurdes Pinheiro.
A representante, que já foi presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão, salientou que, apesar de o turismo ser importante para a economia, é necessário alertar para as suas consequências negativas, resultantes da proliferação de unidades de alojamento local e de hotéis.
"Parece que agora toda a gente começa a acordar desta 'turistificação' desenfreada que está a acontecer em Alfama", considerou.
Conhecedora do território, Maria de Lurdes Pinheiro exemplificou que famílias que nasceram e sempre viveram no Beco da Lapa, perto de Santa Apolónia, já estão a morar noutro sítio.
Acresce que, "com esta questão da lei das rendas, também terminam agora aqueles contratos de cinco anos e há muita a gente a ter de sair, não é a querer", frisou.
Contando com sociólogos (José Luís Casanova), antropólogos (Adília Rivotti e Laura Almodovar) e arqueólogos (Clementino Amaro), o debate visa "conversar com pessoas que já estudaram isto e que até têm escrito sobre esta situação", de forma a encontrar soluções para os residentes.
"Queremos evitar estas situações. Ainda para mais sendo um bairro histórico e com tantos anos, que é lindo pelas pessoas que lá vivem e pelas coisas que já lá existem", referiu Maria de Lurdes Pinheiro.
O debate "Alfama: Turismo, tradição e futuro" decorre, a partir das 15:30, no Museu do Fado.
Uns dias depois, na segunda-feira, a questão da habitação na cidade volta a estar em foco no debate "Quem vai poder morar em Lisboa?", que visa abordar temas como a gentrificação (valorização imobiliária de uma zona urbana, geralmente acompanhada da deslocação de residentes), o turismo e a subida nos preços do mercado imobiliário, falando das causas e consequências e propondo soluções.
Segundo a informação disponível no evento criado na rede social Facebook, o debate - que é organizado por "um grupo informal de lisboetas" - contará com convidados como o arquiteto Manuel Graça Dias e os investigadores Pedro Bingre, João Seixas e José Manuel Henriques.
No texto de suporte ao encontro, lê-se que "a grande intensificação do turismo em Lisboa tem implicado transformações significativas na vida de quem nela habita".
Na ótica dos signatários do documento e organizadores do debate, "urge estancar a sangria do centro histórico da cidade e regular a atividade turística para que sirva os interesses da cidade, de quem a habita e de quem a visita".
O debate realiza-se na sede da Trienal de Arquitetura (Palácio Sinel de Cordes) às 18:30.
Na sessão da Assembleia Municipal de Lisboa da passada terça-feira, os deputados (que são, em maioria, eleitos pelo PS) rejeitaram uma moção apresentada pelo BE que visava a criação de limites ao licenciamento de estabelecimentos de alojamento local por requerente e por prédio, bem como de um regulamento municipal sobre o assunto.
Ainda assim, a Câmara instou o Governo a participar no debate em torno do alojamento local, considerando que "ainda não há certeza" de quais as medidas mais eficazes nesta matéria.

Lusa

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