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O plano inicial era convencer Jamal Khashoggi a regressar a casa, dizem responsáveis do país, naquela que é a terceira versão avançada pela Arábia Saudita sobre a morte do jornalista saudita que morreu na embaixada do seu país na Turquia.
Se Khashoggi recusasse, dizem, seria drogado e levado para uma casa segura em Istambul onde ficaria durante 48 horas e depois libertado. No entanto, o jornalista ficou agitado, tentou resistir, foi agarrado pelo pescoço e acabou por morrer.
A nova versão da história surge depois de Donald Trump ter admitido pela primeira vez que o príncipe saudita Mohammed bin Salman tem responsabilidade sobre o que aconteceu.
Em entrevista ao Wall Street Journal o presidente norte-americano defendeu que quis acreditar que o assassinato foi perpetrado por oficiais de baixa patente, mas admite que quem "manda" no regime de Riade é o príncipe, pelo que se há alguém a responsabilizar pelo que aconteceu "é ele".
Antes, Donald Trump tinha acusado a Arábia Saudita de orquestrar um encobrimento da morte, operação foi "um fiasco completo". "O conceito original deles era muito mau (...) e o encobrimento foi o pior da história dos encobrimentos", disse na Sala Oval.
"Tragam-me a cabeça desse cão"
Terá sido esta a ordem que Saud al-Qahtani, elemento próximo de Mohammed bin Salman e responsável pela detenção de inúmeros opositores do regime, deu a um dos homens que mantinham o jornalista detido no consulado, através do Skype.
Foi de imediato cumprida, diz uma fonte árabe com ligações aos serviços de informações e à família real saudita, citada pela Reuters .
Numa tentativa de se afastar da morte do jornalista, o príncipe saudita encontrou-se com o filho (na foto abaixo à esquerda) de e o irmão de Jamal Khashoggi.
Na Iniciativa de Investimentos do Futuro, a chamada "Davos do deserto", Mohammed bin Salman e o rei saudita terão "expressado as suas condolências". Segundo o comunicado oficial do regime, em reposta, os familiares do jornalista expressaram "o seu grande agradecimento" pelo "consolo pela morte" do jornalista comunicado oficial.
Os restos mortais de Jamal Khashoggi foram encontrados esta terça-feira no jardim da casa do cônsul geral da Arábia Saudita, em Istambul, na Turquia.
A Arábia Saudita acabou por admitir, no último sábado, que o jornalista foi morto nas instalações do consulado saudita em Istambul, depois de, durante 18 dias, as autoridades sauditas terem garantido que Khashoggi saíra vivo do consulado onde entrou a 2 de outubro.
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