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(José Gabriel, 26/10/2017)
O valor da fala ou do texto político são inseparáveis de quem o produz. Não faltam, por estes tempos, as críticas de esquerda ao Governo. Elas têm origem nas pessoas e forças que pertencem ou apoiam os partidos da solução governamental.
Percebe-se a insatisfação quanto aos investimentos públicos, designadamente em áreas especialmente sensíveis e caras à esquerda – saúde, ensino, segurança social, direitos laborais, transportes e obras públicas e tudo o mais. Elas entendem-se e são, na sua maioria, justas.
Mas ouvir críticas semelhantes vindas de quem toda a vida combateu o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social e todas as áreas em que as suas propostas não passaram de tentativas de destruição e privatização do serviço e património públicos e empobrecimento de quem trabalha, quando não é cómico, é revoltante.
A direita portuguesa tem-se desdobrado em piedosas lágrimas pela situação do SNS que sempre odiou e, quando foi governo, quase destruiu. O mesmo acontece no que respeita a todas esferas de obrigação social do Estado, as quais deixou exangues.
Mas agora há mais. Comandados pelo espectro Cavaco, resolveram acometer contra os partidos à esquerda do PS por não serem suficientemente agressivos, por – palavras de Cavaco – baixarem a cabeça. Que não fizeram greves suficientes, que não lutaram, enfim, não fizeram nada. Até-deixaram-passar-o-Orçamento! “Amoixaram”, diz um dos seus palermas de serviço.
Quer dizer: a direita e as suas várias metástases acusam a esquerda de não ser …esquerda. É exótico. Sobretudo porque esse é o papel da própria esquerda.
Ó almas danadas, tende tino e fazei os vossos ataques à vossa maneira e defendendo os vossos interesses para que se evidenciem as vossas pornográficas intenções – agora acalentadas pelo que julgam ser uma tendência internacional.
Não vão as pessoas pensar que o que vos move é apenas uma incomensurável dor de…nas zonas frontais do crânio.
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