O secretário de Estado norte-americano e o ministro dos Negócios Estrangeiros português reafirmaram quinta-feira o compromisso de reforçar as despesas com a NATO e a segurança europeia na energia, assim como enfrentar as ações destabilizadoras da Rússia.
Ainformação foi prestada pelo porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert.
"O secretário [de Estado] Pompeo reniu-se hoje com o ministro dos Negócios Estrangeiros Santos Silva. Eles reafirmaram o compromisso mútuo entre os Estados Unidos e Portugal para aumentar as despesas com a defesa da NATO, reforçar a segurança europeia no setor da energia e enfrentar as ações destabilizadoras da Rússia", adiantou o porta-voz.
Augusto Santos Silva foi recebido na quinta-feira pelo secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, no Departamento de Estado, no primeiro ato de uma visita de cinco dias a Washington, na semana que antecede o encontro entre o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca.
As relações entre a União Europeia e os EUA foi um dos temas debatidos pelos dois chefes da diplomacia durante o encontro, com o ministro português a reiterar que "independentemente das diferenças de opinião, que são claras hoje, em matérias tão importantes como as alterações climáticas ou o comércio internacional, a aliança entre as democracias da América do Norte e da Europa é absolutamente vital para a ordem internacional", disse Santos Silva à Lusa, por telefone, após o encontro.
Na reunião, os dois responsáveis abordaram as relações bilaterais, com o ministro a salientar "dois elementos positivos".
Por um lado, quanto à base das Lajes e às medidas de atenuação do impacto ambiental da presença norte-americana na ilha Terceira, Açores, Santos Silva apontou que, com o novo embaixador norte-americano em Lisboa, George Glass, "houve uma mudança positiva no comportamento norte-americano nas negociações".
Outro aspeto enaltecido por Santos Silva foi o aumento das trocas comerciais e do investimento entre os dois países.
Além disso, sublinhou, "atualmente 30% do gás natural liquefeito [GNL] exportado dos EUA para a Europa entra pelo porto de Sines", o que representa "um filão muito grande a nível comercial, económico e de segurança", porque permite aos países europeus ficarem menos dependentes do gás e petróleo de outros países, "designadamente a Rússia".
Do ponto de vista internacional, Pompeo prestou ao governante português "informação muito útil" sobre as negociações em curso entre os EUA, a Coreia do Norte e a China.
"Também informei sobre a relação entre Portugal e a China, que também são úteis para os EUA terem uma noção clara do que é essa relação, de qual é o seu alcance e natureza", acrescentou.
A reunião serviu também para "preparar bem o encontro", na próxima quarta-feira, entre Marcelo Rebelo de Sousa e Donald Trump na Casa Branca, que culminará a celebração do "Mês de Portugal nos Estados Unidos", no âmbito do qual foi celebrado o 10 de Junho com as comunidades de Massachusetts e Rhode Island.
A visita de Santos Silva a Washington prossegue, na sexta-feira, com uma intervenção no seminário da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), sobre o tema "Enduring Alliances".
No sábado, o chefe da diplomacia portuguesa participa na "Inaugural Portuguese-American National Conference", em que intervirá o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres.
Já na segunda-feira, marca presença num jantar de trabalho sobre gás natural liquefeito, "com o objetivo de promover Portugal como 'Hub' europeu", segundo nota oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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