Não foi por acaso a escolha da estalagem Aeromar, na Praia de Faro, para a tomada de posse dos eleitos da Comissão Política Concelhia do PS, na sexta-feira, 22 de junho. Depois de eleito, Paulo Neves, tomou a palavra para anunciar a novidade.
«O PS Faro entregará ao governo uma solução para a localização das quase 50 casas que ainda são necessárias fazer aqui, junto à Praia de Faro, para os pescadores que ainda têm atividade piscatória, poderem continuar a viver e a trabalhar no sítio onde sempre estiveram. Dado que a Câmara é incapaz ou de construir casas, ou de comprar terrenos que não sejam a um preço brutal. O PS vai indicar uma solução local para que o governo aprecie a sua viabilidade. É o nosso primeiro compromisso», sublinhou. «Temos uma ideia estudada e vamos, em termos institucionais, apresentá-la», disse.
Paulo Neves não poupou críticas ao executivo de Rogério Bacalhau, que anunciou, há três semanas, a construção de habitação social no Montenegro, para as famílias de pescadores reformados ou já sem atividade.
«É um ato anormal. É a primeira vez que, na área da habitação social, em Faro, ouvimos falar que uma Câmara pagou e gastou todo o dinheiro do erário público que lhe foi dado a fundo perdido, num terreno a preço de mercado. Ainda por cima sem sobrar nada para construir casa alguma», disse, criticando o executivo por remeter o realojamento dos restantes pescadores no ativo, para parte incerta no espaço e no tempo.
O novo presidente da concelhia do PS atacou também o êxodo de pessoas e serviços da cidade devido à falta de atenção da autarquia e à carga fiscal. «Os serviços públicos de saúde, de proteção, segurança e emergência, da área social e comércio, ou já saíram de Faro, ou estão para sair. O que peço é responsabilidade, porque quando soarem as campainhas, será tarde demais. Depois vão dizer que a culpa é do governo. Não é. A culpa é da Câmara Municipal que está a permitir a externalização de todas as infraestruturas. Está a permitir o abandono do centro da cidade. Na prática, está a permitir que outros fiquem com os serviços que eram da capital da região, sem se interessar, nem lhes facultar alternativas para localização em melhores condições», sublinhou.
«É um ato anormal. É a primeira vez que, na área da habitação social, em Faro, ouvimos falar que uma Câmara pagou e gastou todo o dinheiro do erário público que lhe foi dado a fundo perdido, num terreno a preço de mercado. Ainda por cima sem sobrar nada para construir casa alguma», disse, criticando o executivo por remeter o realojamento dos restantes pescadores no ativo, para parte incerta no espaço e no tempo.
O novo presidente da concelhia do PS atacou também o êxodo de pessoas e serviços da cidade devido à falta de atenção da autarquia e à carga fiscal. «Os serviços públicos de saúde, de proteção, segurança e emergência, da área social e comércio, ou já saíram de Faro, ou estão para sair. O que peço é responsabilidade, porque quando soarem as campainhas, será tarde demais. Depois vão dizer que a culpa é do governo. Não é. A culpa é da Câmara Municipal que está a permitir a externalização de todas as infraestruturas. Está a permitir o abandono do centro da cidade. Na prática, está a permitir que outros fiquem com os serviços que eram da capital da região, sem se interessar, nem lhes facultar alternativas para localização em melhores condições», sublinhou.
«A questão da capitalidade até não é o que mais me preocupa. O que me preocupa no meio desta música de fundo que temos a todo o momento em Faro, é que não nos podemos esquecer do essencial, que é a qualidade de vidas das pessoas e das suas famílias. Não podemos passar a ser o dormitório dos municípios vizinhos. Qualquer dia acordamos ao som desta música e já estamos a levar o nosso carro para o emprego noutro lado qualquer, que antes era em Faro», ironizou.
«Faro tem quase o dobro dos impostos municipais de Olhão, São Brás de Alportel e Loulé. O dobro do IMI. O dobro do IRS. Continua teimosamente a fixá-los no máximo. A muito breve prazo, vamos perceber em termos de comparabilidade de poder de compra e dos movimentos pendulares, quem é que ganhou e perdeu população», alertou, sublinhado que até Olhão já deu casas, ou apoiou o arrendamento a famílias
Paulo Neves arrasou ainda o facto da autarquia «nem se ter interessado» em acompanhar o aumento do capital social do Mercado Abastecedor, (MARF), em Estoi, numa altura em que está a ser cobiçado por grandes empresas internacionais que ali se querem instalar.
Paulo Neves arrasou ainda o facto da autarquia «nem se ter interessado» em acompanhar o aumento do capital social do Mercado Abastecedor, (MARF), em Estoi, numa altura em que está a ser cobiçado por grandes empresas internacionais que ali se querem instalar.
«O governo cobriu integramente o aumento total do capital social, sendo que a Câmara ficará com pouco mais que os restantes quatro por cento, quando até aqui tinha quase metade. E nem se compromete em viabilizar nem a ampliação necessária desejada, nem a construção para facilitação à ligação do eixo rodoviário próximo».
Por fim, Paulo Neves espera que depois de 9 julho, o governo possa adjudicar a obra da construção da nova ponte da Praia de Faro, comparticipando 80 por cento do custo, «porque a autarquia não foi a tempo de conseguir fundos comunitários».
Por fim, Paulo Neves espera que depois de 9 julho, o governo possa adjudicar a obra da construção da nova ponte da Praia de Faro, comparticipando 80 por cento do custo, «porque a autarquia não foi a tempo de conseguir fundos comunitários».
Agora, para a equipa da concelhia do PS Faro, as prioridades no horizonte são a habitação social, os transportes e a frente ribeirinha, disse ainda, enfatizando que o governo já propôs a contratualização com a autarquia para a gestão dos espaços públicos e frente de mar da cidade para a fruição desportiva pela população e aproveitamento turístico.
Onde está o crematório de Faro?
Luís Graça, deputado, presidente da Assembleia Municipal de Faro e presidente da Federação do PS Algarve também aproveitou a tomada de posse da concelhia, na sexta-feira, dia 22 de junho, para criticar o executivo PSD de Rogério Bacalhau. «Esta semana li nos jornais, um conjunto de muitas iniciativas para Faro, programadas para 2021. E lembrei-me de um projeto que deixámos pronto em 2009. Evitava que as famílias de Faro não conseguissem hoje sepultar os seus entes queridos quando morrem, e que ficam semanas, para conseguir cumprir um ritual de despedida», frisou. «Em 2009, quando o PS deixou a Câmara, ficou pronto para ser lançado, de forma a concluir o projeto, socialista diga-se, do cemitério novo, com a construção de um crematório. Passaram quase 10 anos e aquilo que hoje sabemos é que este projeto nunca foi conseguido levar a efeito pela Câmara do PSD/CDS. Esses 10 anos levaram a que Loulé e Albufeira tenham hoje condições para instalar no Algarve um crematório que não ficará em Faro, com os problemas que isso criou às famílias farenses».
Reabilitação do Jardim da Alameda demora mais do que o Aeroporto do Montijo
«Ouvimos esta semana o ministro Pedro Marques dizer que espera ter, até 2021, o Aeroporto do Montijo a funcionar como alternativa à Portela. Como é possível em Faro levar-se até 2021 para se fazer um projeto para o Jardim da Alameda, e o Estado levar o mesmo tempo para fazer a infraestrutura de um aeroporto? Há aqui qualquer coisa que está mal contada», criticou Luís Graça, deputado, presidente da Assembleia Municipal de Faro e presidente da Federação do PS Algarve. «Não nos preocupemos muito com estes projetos muito coloridos, muito floridos porque aquilo que o tempo e a experiência nos dizem é que a maioria não chega a parte alguma, até mesmo quando já estão feitos», ironizou.
Algarve tem que dizer ao governo o que quer para 2030
Numa altura em que o governo acaba de lançar a discussão «Portugal 2030», para definir um conjunto de investimentos estratégicos para o país, Luís Graça, deputado, presidente da Assembleia Municipal de Faro e presidente da Federação do PS Algarve, pede uma atitude «proativa» à região. «O país não tem mais dinheiro do que tinha, e o Algarve não vai ter mais dinheiro, do ponto de vista dos fundos comunitários, do que tinha. É por isso que esta discussão é tão, tão importante. Que investimentos estratégicos queremos para o Algarve entre 2020 e 2030», disse durante a tomada de posse da concelhia do PS de Faro, na sexta-feira, dia 22 de junho,
Assim, até outubro, o PS vai lançar esta discussão em todos os concelhos, «desafiando os socialistas e as outras pessoas a se juntarem a nós nesta discussão para definirmos as bandeiras do Algarve para os próximos 10 anos. Julgo que, sendo o dinheiro pouco, os investimentos que fizermos devem ter o mais largo apoio social e temos de nos concentrar naquilo que pode modificar económica e socialmente o Algarve. Se nós fizermos este trabalho, poderá ser considerado no plano de grandes investimentos estratégicos do país até 2030. Se não o fizermos, bem nos podemos queixar nos próximos 10 anos que aquilo que queríamos não está lá, porque não vai estar mesmo», avisou Luís Graça.
«É preciso que tenhamos esta capacidade proativa. Entrou no Parlamento, pela mão dos deputados do PS, o governo tem que definir-se em relação à construção do novo hospital central do Algarve. Este equipamento é absolutamente fundamental para a qualificação das respostas de saúde na região, e para atrairmos mais médicos e mais enfermeiros. Para termos um grande centro de diferenciação médica. Aquilo que dissemos no congresso da federação do PS é que o governo tinha que definir um calendário, também neste período que vamos entrar. Está na hora do governo dizer se vai ou não e qual é calendário para o Hospital Central do Algarve. E está na hora dos socialistas pensarem aquilo que querem para a região de novo investimento estratégico até 2030».
barlavento.pt
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