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sábado, 3 de fevereiro de 2018

Você sabia que durante a Segunda Guerra os navajos tiveram papel inestimável no envio de mensagens criptografadas?

Pouco depois da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, Philip Johnston entrou em contato com o Corpo de Fuzileiros Navais com uma proposta que poderia ajudar a mudar os números no cenário do Pacífico. Johnston era filho de missionários e cresceu em uma reserva Navajo. Era um dos poucos não nativos que sabia falar a língua navajo fluentemente e propôs desenvolver um código baseado nesta linguagem, que poderia ser transmitido e descriptografado rápida e oralmente no campo de batalha, e seria praticamente impossível dos japoneses entenderem.

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Essa idéia já tinha precedentes. Os soldados Cherokee e Choctaw usaram suas línguas nativas para enviar mensagens codificadas na Frente Ocidental durante os últimos meses da Primeira Guerra Mundial. Então, os militares aceitaram a proposta de Johnston e recomendaram o recrutamento imediato de 200 navajos para desenvolver um código. Um memorando do General do Corpo de Fuzileiros Navais, Clayton B. Vogel, recomendava o alistamento de 200 navajos.

Entre os primeiros recrutas estava Chester Nez que quando criança estudou nas escolas de administração do Bureau of Indian Affairs. Nez teve seu nome Navajo original mudado para Chester, depois da proibição imposta pelo governo de falar sua língua nativa. Os alunos que faziam eram espancados ou tinham a boca lavada com sabão.

Na primavera de 1942, Nez e outros 28 recrutas reuniram-se no Campo Pendleton, na Califórnia, e passaram a trabalhar na formulação do seu código. A ironia residia em que passaram anos ouvindo que não podiam falar Navajo, e depois vieram pedir ajuda com a mesma língua.

Ao longo de 13 semanas, o código foi desenvolvido e praticado. Criaram um extenso dicionário, adaptado para uma comunicação precisa em todas as situações imagináveis do campo de batalha. Uma vez que o código foi concluído, os conversores tornaram-se recursos de comunicações inestimáveis.

À medida que a guerra continuava, cerca de 400 Navajos foram recrutados e treinados na encriptação. Eles atuavam como máquinas de codificação, transmitindo mensagens, que, de outra forma, demorariam algumas horas, em apenas alguns minutos.

Mesmo quando os japoneses conseguiram capturar e torturar o sargento Navajo Joe Kieyoomia, não conseguiram nenhuma informação dele. Apesar de que fosse fluente no idioma, ele não havia sido treinado no código, então as mensagens criptografadas não faziam sentido algum para ele.

Os falantes do código Navajo desempenharam papéis cruciais em cada ofensiva da Marinha no Pacífico, de Guadalcanal em 1942 a Iwo Jima em 1945. Os códigos de mais de uma dúzia de outras tribos, como Seminole, Comanche e Meskwaki, também foram implantados como método de encriptação em números mais limitados na Europa e no norte da África.

Tristemente, muitos dos autores daqueles códigos voltaram para casa depois da guerra para enfrentar a discriminação, dificuldades e o prolongado trauma do combate. Não foram autorizados a falar sobre o papel inestimável que desempenharam até que a operação do código foi desclassificada em 1968.

Em 2001, os 29 criadores originais do código Navajo foram homenageados com a Medalha de Ouro do Congresso. Chester Nez, o último dos 29 originais, morreu em 2014.
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