O medo geral de ser enterrado vivo conduziu à invenção de muitos dispositivos de segurança que podiam ser incorporados aos caixões. A maioria consistia em algum tipo de artefato de comunicação com o mundo exterior, como uma corda ou corrente ligada a um sino, para que a pessoa sepultada pudesse chamar a atenção dos de fora em caso que revivesse. Foi daí que surgiu a expressão "salvo pelo gongo". Outras variações ao sino incluíam bandeiras e pirotecnia. Alguns desenhos incluíam escadas, escotilhas de fuga e inclusive tubos para passagem de alimentos, mas a maioria esquecia de incluir algo básico e necessário: um método de fornecimento de ar.
Durante séculos, assegurar-se de que alguém estava realmente morto foi um autêntico problema para os médicos. O estetoscópio só foi inventado nos finais do século XIX e os primeiros modelos eram tão precários quanto um auscultador. Se as batidas do coração eram fracas devido a alguma doença, o médico não tinha modo algum de saber se o paciente estava morto; salvo esperar o único sintoma que não deixaria mais dúvidas: a decomposição. Por este motivo criaram-se os necrotérios, para ter um lugar onde poder guardar o suposto cadáver durante um tempo prudencial.
Alguns médicos decidiram solucionar o problema criando métodos de reanimação que pudessem demonstrar que o morto estava morto para valer. A escritora Mary Roach, em "Presuntos, A fascinante vida dos cadáveres", faz uma descrição dos sistemas mais curiosos inventados para este propósito.
Ao que parece, as técnicas dividiam-se em duas categorias: as que tratavam de acordar o paciente de sua perda de consciência lhe causando terríveis dores e as que implicavam verdadeiro grau de humilhação. Cortavam as solas dos pés com navalhas de barbear (ui!) e fincavam alfinetes debaixo das unhas(uiuiui!!!). Tocavam cornetas diretamente no ouvido, "gritos horríveis e ruídos excessivos".
Um padre francês radical recomendava empalar o desfalecido com um ferro em brasa (bota radical nisso). Um outro médico criou um artefato semelhante a uma gaita para controlar uma enema com fumo, com a qual realizou entusiastas demonstrações nos necrotérios de Paris. Jacob Winslow, um anatomista do século XVII, alentava a seus colegas a derramar cera fervente no rosto do paciente e encher-lhe a boca de urina morna. Um folheto sueco sobre o tema propunha introduzir um inseto não voador na orelha do desfalecido. No entanto, por sua simplicidade e originalidade, nenhuma destas técnicas pode ser comparada à de enfiar "um lápis bem afiado" pelo nariz do suposto cadáver.
Em diversas ocasiões não ficava bem claro quem era o mais humilhado, se o paciente ou o doutor. O médico francês Jean Baptiste Vincent Laborde encheu páginas e mais páginas com a descrição de uma nova técnica de reanimação que consistia em esticar pausadamente a língua do paciente durante um mínimo de três horas. Mais tarde inventaria uma máquina estica-línguas, dotada de uma manivela, para tornar a tarefa um pouco mais agradável, ainda que não menos tediosa. Outro médico alemão exortava a seus colegas a enfiar um dedo do paciente no ouvido e tratar de escutar o zumbido produzido pelo movimento dos músculos. Com certeza, é crível afirmar que se o paciente não estivesse morto, entraria em estado de óbito com o uso de muito destas técnicas.
Durante séculos, assegurar-se de que alguém estava realmente morto foi um autêntico problema para os médicos. O estetoscópio só foi inventado nos finais do século XIX e os primeiros modelos eram tão precários quanto um auscultador. Se as batidas do coração eram fracas devido a alguma doença, o médico não tinha modo algum de saber se o paciente estava morto; salvo esperar o único sintoma que não deixaria mais dúvidas: a decomposição. Por este motivo criaram-se os necrotérios, para ter um lugar onde poder guardar o suposto cadáver durante um tempo prudencial.
Alguns médicos decidiram solucionar o problema criando métodos de reanimação que pudessem demonstrar que o morto estava morto para valer. A escritora Mary Roach, em "Presuntos, A fascinante vida dos cadáveres", faz uma descrição dos sistemas mais curiosos inventados para este propósito.
Ao que parece, as técnicas dividiam-se em duas categorias: as que tratavam de acordar o paciente de sua perda de consciência lhe causando terríveis dores e as que implicavam verdadeiro grau de humilhação. Cortavam as solas dos pés com navalhas de barbear (ui!) e fincavam alfinetes debaixo das unhas(uiuiui!!!). Tocavam cornetas diretamente no ouvido, "gritos horríveis e ruídos excessivos".
Um padre francês radical recomendava empalar o desfalecido com um ferro em brasa (bota radical nisso). Um outro médico criou um artefato semelhante a uma gaita para controlar uma enema com fumo, com a qual realizou entusiastas demonstrações nos necrotérios de Paris. Jacob Winslow, um anatomista do século XVII, alentava a seus colegas a derramar cera fervente no rosto do paciente e encher-lhe a boca de urina morna. Um folheto sueco sobre o tema propunha introduzir um inseto não voador na orelha do desfalecido. No entanto, por sua simplicidade e originalidade, nenhuma destas técnicas pode ser comparada à de enfiar "um lápis bem afiado" pelo nariz do suposto cadáver.
Em diversas ocasiões não ficava bem claro quem era o mais humilhado, se o paciente ou o doutor. O médico francês Jean Baptiste Vincent Laborde encheu páginas e mais páginas com a descrição de uma nova técnica de reanimação que consistia em esticar pausadamente a língua do paciente durante um mínimo de três horas. Mais tarde inventaria uma máquina estica-línguas, dotada de uma manivela, para tornar a tarefa um pouco mais agradável, ainda que não menos tediosa. Outro médico alemão exortava a seus colegas a enfiar um dedo do paciente no ouvido e tratar de escutar o zumbido produzido pelo movimento dos músculos. Com certeza, é crível afirmar que se o paciente não estivesse morto, entraria em estado de óbito com o uso de muito destas técnicas.
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