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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Líder judeu elogia Marine Le Pen e lança polémica em França - Presidente da principal organização judaica francesa considera a presidente da Frente Nacional "pessoalmente irrepreensível". "A FN não comete violências; todas as violências, hoje, são cometidas por jovens muçulmanos", diz Roger Cukierman. Muçulmanos e classe política francesa protestam.

Líder judeu elogia Marine Le Pen e lança polémica em França


Presidente da principal organização judaica francesa considera a presidente da Frente Nacional "pessoalmente irrepreensível". "A FN não comete violências; todas as violências, hoje, são cometidas por jovens muçulmanos", diz Roger Cukierman. Muçulmanos e classe política francesa protestam.



As declarações de Roger Cukierman sobre Marine le Pen e o seu partido – “nunca votarei pela Frente Nacional, mas é um partido que hoje não comete violências” – provocaram mal-estar em França
As declarações de Roger Cukierman sobre Marine le Pen e o seu partido – “nunca votarei pela Frente Nacional, mas é um partido que hoje não comete violências” – provocaram mal-estar em França /  Étienne Laurent/EPA
As declarações de Roger Cukierman, presidente do Comité Representativo das Instituições Judaicas de França (CRIF), proferidas esta segunda-feira na rádio Europe 1, provocaram forte celeuma e levaram Dalil Boubakeur, reitor da Grande Mesquita de Paris e presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), a boicotar, na noite passada, o muito oficial jantar anual do CRIF, no qual esteve presente o chefe do Estado francês, François Hollande.

"A CFCM não pode aceitar que a componente muçulmana de França seja objeto de ataques tão graves e infundados (...), são declarações irresponsáveis e inadmissíveis", afirmou Boubakeur.

Estas declarações surgem quando se verifica uma forte tensão em França, agudizada depois dos atentados de janeiro, em Paris, designadamente após um ataque de um terrorista a um supermercado judeu que fez quatro mortos dessa confissão religiosa.

O próprio primeiro-ministro Manuel Valls envolveu-se recentemente numa polémica ao denunciar a existência de um "islamo-fascismo". O chefe do Governo foi nomeadamente atacado por Roland Dumas, ex-presidente do Tribunal Constitucional e figura de referência do socialismo e do "mitterrandismo", que disse suspeitar que Valls se encontra "sob influência judaica".

Hollande compara antissemitismo à lepra
Também os elogios de Cukierman a Marine le Pen - considerada por ele como "pessoalmente irrepreensível" - foram criticados, designadamente pelo conhecido historiador e advogado judeu Serge Klarsfeld.
Étienne Laurent/EPA François Hollande fala com Roger Cukierman, durante o jantar de ontem do Comité Representativo das Instituições Judaicas de França. No seu discurso oficial, o Presidente evitou referir-se às polémicas declarações da véspera do líder da principal organização judaica francesa

"A senhora Le Pen não rompeu com o seu pai, ela dirige a Frente Nacional, que tem no passivo as tomadas de posição antissemitas do pai, que é o presidente honorário do partido", disse Klarsfeld.

Diversas personalidades reagiram também com indignação às declarações do líder judeu, designadamente dirigentes de diversos partidos políticos de esquerda e de direita, incluindo o PS, no poder em Paris.

Durante o seu discurso no jantar de ontem do CRIF, François Hollande evitou referir-se a esta polémica. O Presidente francês realçou sobretudo o reaparecimento em força do antissemitismo em França, que comparou à "lepra", prometendo combatê-lo sem tréguas.

Marine le Pen em primeiro em todas as eleições
As declarações de Cukierman sobre Marine le Pen e o seu partido - "nunca votarei pela FN, mas é um partido que hoje não comete violências", disse - provocaram mal-estar, também porque ela e o seu movimento ultranacionalista estão hoje em primeiro lugar em todas as sondagens sobre as intenções de voto dos franceses para todas as próximas eleições.

A Frente Nacional está à frente designadamente para a primeira volta das eleições "departamentais" (dentro de um mês), bem como para as "regionais" (no outono). Pelo seu lado, Marine le Pen surge igualmente em primeiro lugar nas projeções dos institutos de sondagens para a primeira volta das presidenciais de 2017.

Desde que sucedeu ao pai, Jean-Marie le Pen, à frente da FN, Marine moderou o discurso e aproximou-se dos judeus. "Os judeus começam a compreender que seremos nós que melhor os iremos defender a breve prazo, em França", disse a líder há alguns meses.

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