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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

RIA FORMOSA: ESTADO CRIMINOSO!

RIA FORMOSA: ESTADO CRIMINOSO!

É noticia do Correio da Manhã de hoje, como se pode ver de seguida  no link,
http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/decisao_judicial_trava_demolicoes.html, que o Tribunal Administrativo de Loulé decidiu que o interesse publico invocado pela Sociedade Polis da Ria Formosa não é suficiente para impedir que o Tribunal se pronuncie antes acerca da ilegalidade das casas.
Apesar desta noticia já ser conhecida ontem, a Sociedade Polis avançou para o terreno, na Praia de Faro e nos Ilhotes em Olhão, e invadiu o domicilio das pessoas, sem estar munida de um mandato judicial que lhe permitisse entrar nas casas, alegando que nalguns casos existiriam providências cautelares já decididas mas em recurso pelo que, argumentam, não teriam efeito suspensivo.
Independente das decisões judiciais, o Estado tem-se portado como um parceiro de má fé, até mesmo criminoso em todo o processo.
Por uma lado existem as questões ambientais e outras da autoridade do Estado às quais faremos uma curta analise para servir de esclarecimento a quem nos segue.
Em primeiro lugar, o cordão dunar não é para a fruição publica podendo e devendo nele haver passadiços sobre-elevados para que as pessoas possam atravessar da Ria para a costa e não como dizem alguns chicos espertos que as casas impedem a fruição publica daqueles espaços. E perante a falta de intervenção do estado, que sempre deixou a Ria Formosa ao abandono, foram as pessoas conjuntamente com as autarquia que construíram as passadeiras que existem.
É verdade que o edificado nas ilhas barreira altera a dinâmica eólica das areias, mas não é essa a principal, nem de longe nem de perto, a principal causa da degradação das praias da Ria Formosa (na costa) mas sim a artificialização da costa, com a construção de molhes e esporões que alteram, e aqui sim, de forma significativa a hidrodinamica das areias, situação omitida intencionalmente e criminosamente por certos ambientalistas de trazer por casa, como aqueles intelectualoides do BErloque de Faro que aparecem agora de braço dado com o Governo demolidor.
E foi por saber disso que os governos PS e PSD/CDS abandonaram a tese ambientalista com a qual pretendiam justificar a "renaturalização" das ilhas barreira e passaram a defender a autoridade do Estado, também este um argumento falacioso quando assistimos á ocupação dos terrenos do Domínio Publico Marítimo, ainda que na margem terrestre, por grandes interesses turístico-imobiliários.
Ora a Constituição da Republica Portuguesa ou até mesmo pelo Direito Administrativo não há cidadãos de primeira, segunda ou terceira categoria e todos devem ser tratados com igualdade de direitos. O Estado, seja ele através do governo ou das mafiosas sociedades que arranja, não pode ou não deve roubar aos mais fracos para dar aos mais fortes e poderosos em função da condição sócio-económica que cada um deles apresenta.
Ao conceder aos poderosos o que rouba aos mais fragilizados bem se pode dizer que estamos perante um Estado criminoso, pelo qual responde o governo e as suas entidades, neste caso todas elas nas mãos de homens da sua confiança politica, e por isso urge correr com esta cambada. Já chega de gamanço!
Os partidos que se alternam na governação do País, cozinham em segredo e nas costas do Povo, as Leis com que vão esmagar depois, sem que as pessoas se apercebam disso e quando vão dar pelo logro já será tarde.
Foi assim com a elaboração dos Planos de Ordenamento tal como foi com a Lei do Ordenamento do Espaço Marítimo e como preparam a criação do Domínio Privado Marítimo. Com esta legislação ficam na posse de elementos que lhes permita a venda a retalho das nossas praias, correndo com a população nativa e no seu lugar introduzir toda a cafila de interesses turístico-imobiliários.
Os nossos ex e actuais governantes, cada um mais trapalhão que o outro, melhor do que nós sabem que a Balança de Pagamentos, que mede as entradas e saídas de dinheiro do País, desde 1983 que é largamente deficitária, défice só possível de manter á custa da criação de divida. Ou seja, não arranjando resposta para o desequilíbrio das contas com o exterior, os governos vendem os anéis e os dedos, não deles mas os do Povo. E nessa venda se inserem as nossas praias.
O plano de demolições mais não visa do que a limpeza total das zonas de praia para as vender aos interesses privados. Só assim se compreende as declarações do Ministro Verde ao dizer que as oitocentas casas que estão para ir abaixo são apenas o principio, porque o objectivo final, é a limpeza total.
Que tem o Povo a dizer a isto?
REVOLTEM-SE, PORRA!


olhaolivre.blogspot.pt

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