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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Sócrates, mesmo preso, continua a ostentar o seu poder. Por Paulo Morais

Sócrates, mesmo preso, continua a ostentar o seu poder. Por Paulo Morais

5 pecados das PPP, crimes à descarada, milhões à desgarrada








A teia de Sócrates
Não será de estranhar que todos aqueles que tenham beneficiado com a estrutura do poder de Sócrates respondam à sua chamada.
José Sócrates, mesmo preso, continua a ostentar o seu poder. E insiste em chamar à cadeia de Évora, em devota peregrinação, todos os que devem favores à sua governação e que estão na teia da sua influência política. Enquanto primeiro-ministro, Sócrates usou os poderes que lhe tinham sido delegados pelo povo para beneficiar alguns grupos particulares, nomeadamente na Banca, nas obras públicas e nas parcerias público-privadas (PPP).
De tal forma os beneficiou que, para provar a corrupção dos seus governos, as autoridades nem sequer teriam de proceder a buscas. 
No caso das PPP, bastará consultar o Diário da República. Lá estão as fórmulas matemáticas que garantem rentabilidades milionárias, superiores a 20% ao ano, num negócio de risco zero. Sócrates autorizou ainda pagamentos extraordinários de centenas de milhões sem qualquer justificação plausível.
E foi também o seu governo que nacionalizou os prejuízos no BPN, deixando o património aos seus antigos donos.
Não será pois de estranhar que todos aqueles que tenham beneficiado com a estrutura de poder de Sócrates venham agora a responder à sua chamada.
Por lá já passaram os concessionários das PPP: da era Sócrates, de Jorge Coelho, presidente da Mota-Engil nos tempos em que a empresa se tornou a maior concessionária rodoviária, até José Lello, então administrador da DST.


Também os grandes escritórios de advogados, que urdem a malha legal da corrupção, prestam vassalagem ao ex-chefe do governo, através das visitas de António Vitorino, da Sociedade "Cuatrecasas", ou Tiago Silveira, da "Morais Leitão".
Os construtores e promotores imobiliários estiveram representados na visita que Mário Lino fez à 
prisão acompanhado de Edite Estrela, a autarca que mais favoreceu o imobiliário, quase destruindo Sintra.
Mas não só os representantes do capital peregrinam até Évora. A teia política que Sócrates montou está intacta. José Sócrates requisita a presença e o apoio do fundador do PS, Mário Soares, e do seu atual líder, António Costa. Deputados, autarcas, ex-governantes, todos rumam a Évora em peregrinação, mostrando assim que está nas mãos de Sócr
ates o destino dos socialistas. Ainda que este destino seja o suicídio do PS.



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