SOBRE O EMPREGO NO FEMININO

MARIA DO ROSÁRIO

RAMALHO

 

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO
 PORTUGUESA DE DIREITO
 AO TRABALHO 
SOBRE O EMPREGO NO FEMININO

A conciliação entre vida profissional e familiar nunca foi tão difícil. Os horários das crianças são os mesmos, os das mães é que não. O mercado de trabalho tornou-se muito competitivo e o modelo de contratação é masculino. Há empregadores a dizerem às trabalhadoras que não podem engravidar.

Podemos dizer que não queremos estar grávidas, querendo. O empregador não pode fazer a pergunta. A lei não permite. A outra parte tem o direito a dar a resposta mais adequada para evitar o efeito daquele ato ilícito. A pergunta é abusiva.

O medo do desemprego leva a aceitar alterações do estatuto laboral que não se admitiriam numa conjuntura mais favorável. A nossa taxa de desemprego é estrutural: 50% estão sem trabalho há mais de um ano. Os trabalhadores não se salvaguardam tanto nos seus direitos. Querem é o emprego. Se muitos empresários não se valem disso para práticas menos éticas, outros haverá que abusam. São tempos difíceis.