Le Figaro classifica as confusões dentro do PS como uma "desordem intolerável". Em editorial, o jornal publica que tudo já ia mal no governo Hollande, “com uma economia catastrófica, os maus resultados em eleições municipais e regionais, um chefe de Estado incapaz de mostrar sua autoridade e parlamentares se confrontando”. Mas, segundo o diário conservador, surpreendentemente, agora tudo está ainda muito pior. "Nada mais funciona no governo e até mesmo dentro do Partido Socialista.”
Enquanto isso, diz o editorial, os franceses estão mergulhados em impostos e taxas, expostos a reformas incoerentes, submetidos a um improvisação permanente de um poder sem liderança. "A guerra entre os socialistas veteranos e os que pretendem ser modernos, entre a esquerda clássica e a reformista é, mais uma vez, a prova da incapacidade do Partido Socialista de governar", escreve Le Figaro.
“Cacofonia suicida”
O jornal de esquerda Libération não tem um tom mais brando ao analisar o racha. Para o diário progressista, a ruptura no PS é uma "cacofonia suicida". O diário avalia que a guerra dos socialistas é envenenada por intrigas de ambição já que, além das divergências sobre as reformas econômicas e o orçamento para 2015, um dos panos de fundo deste racha são as eleições para a direção do partido, já de olho nas eleições presidenciais de 2017.
De acordo com o Libé, um dos responsáveis pelos desentendimentos é o homem forte do governo Hollande, Manuel Valls. "Que papel tem um primeiro-ministro?", pergunta o jornal. "Segundo a Constituição, ele deve dirigir, ser o chefe da maioria, promover a união. Mas Valls escollheu outra forma de encarar essa função. Se ele não é o responsável direto por todo este incêndio, ele o alimenta com regularidade", dizendo, por exemplo, que a esquerda não é mais socialista e dando preferência a uma política mais voltada aos princípios da direita, avalia o diário progressista.
Renúncia de Valls
O jornal econômico Les Echos vai mais longe e revela que alguns socialistas suspeitam que Valls esteja, inclusive, preparando uma renúncia.
Em editorial, o diário avalia que o retorno do ex-presidente Nicolas Sarkozy à cena política deveria ter acordado o Partido Socialista para a corrida às eleições presidenciais de 2017. Mas, um mês após o anúncio de Sarkozy, que é o principal figura da direita francesa, o PS não reagiu e se mostra cada vez mais dividido. "A máquina perdedora se acelera mais uma vez, envergonhando os eleitores de esquerda", finaliza o editorial do Les Echos.
Esquerda do passado
Em uma entrevista de sete páginas publicada na revista Nouvel Observateur, Valls não esconde seu descontentamento com a esquerda e tece críticas aos colegas de partido apegados às ideologias socialistas. “É preciso colocar um fim a esta esquerda ligada ao passado”, diz, ressaltando que na legenda há uma “nostalgia assombrada pelo marxismo”.
Para o primeiro-ministro, esta ideologia ainda presente no Partido Socialista “pode levar a desastres”. “A esquerda que eu defendo carrega um ideal: a emancipação de cada um. Ela é pragmática, reformista e republicana”, considera.
Ao ser questionado se a esquerda pode morrer, Valls avalia que, para que ela sobreviva, é necessário oferecer respostas fortes sobre a globalização, reformas no Estado, cidadania, igualdade entre mulheres e homens, a construção de “um Islã compatível com os valores franceses”. “A época das soluções gerais, idênticas para todos, evoluiu. É preciso buscar a universalidade dos princípios considerando a heterogeneidade das situações”, acredita.
Enquanto isso, diz o editorial, os franceses estão mergulhados em impostos e taxas, expostos a reformas incoerentes, submetidos a um improvisação permanente de um poder sem liderança. "A guerra entre os socialistas veteranos e os que pretendem ser modernos, entre a esquerda clássica e a reformista é, mais uma vez, a prova da incapacidade do Partido Socialista de governar", escreve Le Figaro.
“Cacofonia suicida”
O jornal de esquerda Libération não tem um tom mais brando ao analisar o racha. Para o diário progressista, a ruptura no PS é uma "cacofonia suicida". O diário avalia que a guerra dos socialistas é envenenada por intrigas de ambição já que, além das divergências sobre as reformas econômicas e o orçamento para 2015, um dos panos de fundo deste racha são as eleições para a direção do partido, já de olho nas eleições presidenciais de 2017.
De acordo com o Libé, um dos responsáveis pelos desentendimentos é o homem forte do governo Hollande, Manuel Valls. "Que papel tem um primeiro-ministro?", pergunta o jornal. "Segundo a Constituição, ele deve dirigir, ser o chefe da maioria, promover a união. Mas Valls escollheu outra forma de encarar essa função. Se ele não é o responsável direto por todo este incêndio, ele o alimenta com regularidade", dizendo, por exemplo, que a esquerda não é mais socialista e dando preferência a uma política mais voltada aos princípios da direita, avalia o diário progressista.
Renúncia de Valls
O jornal econômico Les Echos vai mais longe e revela que alguns socialistas suspeitam que Valls esteja, inclusive, preparando uma renúncia.
Em editorial, o diário avalia que o retorno do ex-presidente Nicolas Sarkozy à cena política deveria ter acordado o Partido Socialista para a corrida às eleições presidenciais de 2017. Mas, um mês após o anúncio de Sarkozy, que é o principal figura da direita francesa, o PS não reagiu e se mostra cada vez mais dividido. "A máquina perdedora se acelera mais uma vez, envergonhando os eleitores de esquerda", finaliza o editorial do Les Echos.
Esquerda do passado
Em uma entrevista de sete páginas publicada na revista Nouvel Observateur, Valls não esconde seu descontentamento com a esquerda e tece críticas aos colegas de partido apegados às ideologias socialistas. “É preciso colocar um fim a esta esquerda ligada ao passado”, diz, ressaltando que na legenda há uma “nostalgia assombrada pelo marxismo”.
Para o primeiro-ministro, esta ideologia ainda presente no Partido Socialista “pode levar a desastres”. “A esquerda que eu defendo carrega um ideal: a emancipação de cada um. Ela é pragmática, reformista e republicana”, considera.
Ao ser questionado se a esquerda pode morrer, Valls avalia que, para que ela sobreviva, é necessário oferecer respostas fortes sobre a globalização, reformas no Estado, cidadania, igualdade entre mulheres e homens, a construção de “um Islã compatível com os valores franceses”. “A época das soluções gerais, idênticas para todos, evoluiu. É preciso buscar a universalidade dos princípios considerando a heterogeneidade das situações”, acredita.
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