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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Judite Faquinha- Avante * Judite Faquinha Era ainda pequenina Bem rebelde e traquina Vi um jornal pequenino

Judite Faquinha- Avante

* Judite Faquinha
Era ainda pequenina Bem rebelde e traquina Vi um jornal pequenino
Era sim, bem pequenino Bebi cada palavra, do JORNALINHO Ensinou-me a ser o que sou!
Ideais, princípios de valor O li, quase de cor Orgulhosa de o ter para ler
Chamava o povo á realidade Apelava á unidade Praticar e a guardar
As lutas no dia, a dia Prisões, mortes acontecia O AVANTE denunciava
Denunciava tudo que era fatal Políticos, presos para o TARRAFAL Onde morriam em morte lenta
Se morriam na frigideira Eu chamo de torradeira Era TURTURA até matar
Dez, onze, doze apenas Eu era bem pequena Entreguei! Quantos salários?
Ia para a escola com alegria Correndo quase por magia Minha missão tinha comprido
Legumes por mim mandavam As famílias que precisavam Para a fome dos filhos matar
Dos legumes, a P.I.D. sabia Ao interrogarem o meu pai um dia O chefe Tinoco dos salários não falou
Mas eu nunca tive medo Se soubessem do meu segredo Me sentia feliz ao faze-lo
Eram, famílias dos comunistas Presos pela policia, fascista De um Portugal amordaçado
Lutavam por liberdade Justiça e dignidade Por trabalho, pão e PAZ
12-09-62 Judite Faquinha
Victor, no livro < VIVER E RESISTIR NO TEMPO DE SALAZAR> fala de um poema meu e, o que segnificou este jornal para mim! Te mando, o < AVANTE> mas, é o meu sentimento de uma comunista com a terceira classe, a minha formação académica e a esperiência da vida... e vivendo no campo, mas com o vicio da leitura, é um poema de linguagem simples, mas é o meu sentir!

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