Eles não aprendem, mesmo
No dia em que deu entrada no Tribunal Constitucional o primeiro pedido de fiscalização sucessiva do diploma que a maioria se lembrou de aprovar para pôr os trabalhadores da Administração Pública a trabalhar gratuitamente 5 horas por semana durante o resto das suas vidas, o Governo aprovou mais dois diplomas que se habilitam a outros tantos chumbos.
No primeiro, a emenda de um soneto chumbado, reduzem de 66 para 60% e de 50 para 40% do salário de origem, respectivamente nos primeiros seis meses e a partir do sétimo mês, as remunerações a que tinham direito até agora os trabalhadores colocados em mobilidade especial. Fixam ainda um limite máximo para essa remuneração nos 1257 euros. Os mandões acham que podem legislar retroactivamente e coagir pela miséria funcionários que ousem desobedecer a ordens que prejudicam o Estado mas são da conveniência da chefia respectiva.
No segundo, aprovam um corte de 10% a todas as pensões de aposentação aos reformados com menos de 75 anos. Os mandões querem que o Estado português se transforme num vigaristazeco que põe cidadãos uma vida inteira a trabalhar para conquistar o direito a uma velhice digna e, chegada essa velhice, quando nada podem fazer, altera unilateralmente esse contrato e apropria-se de 10% do valor que se comprometeu a pagar-lhes até à morte. Não pode ser. Estes garotos vão ter que levar nas orelhas outra vez. Hão-de levar tantas até aprenderem que governar não é mandar. Ou até se irem embora. Ontem já seria tarde. Eles não aprendem, mesmo.
opaisdoburro.blogspot.pt
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