Produção de cereais será a mais baixa desde 2005
A produção de cereais no ano agrícola de 2012, "fortemente marcado pela seca", será "a mais baixa desde 2005", mas as culturas de primavera/verão deverão manter os níveis de produtividade, antecipou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as previsões agrícolas a 31 de Julho, "a campanha dos cereais de outono/inverno saldou-se por quebras expressivas, fundamentalmente devido à seca, situação que também afectou a batata, especialmente a de sequeiro".
Com a colheita "praticamente concluída", as produções de cereais praganosos caem em 2012 pelo quarto ano consecutivo, com recuos face a 2011 de 30 por cento no triticale, 25 por cento na aveia, 20 por cento no trigo mole, trigo duro e centeio e 15 por cento na cevada.
As previsões apontam ainda para "quebras significativas" na produtividade dos pomares de pera, maçã e pêssego, "resultado das condições climatéricas adversas na altura da floração/polinização (frio e geada) ", e para recuperações no tomate para indústria e na vinha.
Relativamente às culturas de primavera/verão, o instituto de estatística nota que, "de um modo geral, apresentam um desenvolvimento vegetativo normal para a época, pelo que não se prevêem quebras de produtividade".
O INE alerta, contudo, que, no final de Julho, 58 por cento do território nacional estava em situação de seca extrema e 26 por cento em seca severa, pelo que "o potencial produtivo das culturas de primavera/verão no actual ano agrícola é ainda incerto" e "o impacto da seca poderá estender-se à próxima campanha, particularmente se não ocorrer precipitação até ao início do outono".
Relativamente à superfície de milho para grão de regadio, o INE antecipa que deverá manter-se nos 90 mil hectares, enquanto o milho para grão de sequeiro apresenta "um desenvolvimento vegetativo regular" e deverá repetir o rendimento de 2011.
Também a produtividade do arroz deverá manter-se semelhante à do ano anterior, cerca de 5.855 kg/hectare, mas o rendimento unitário da batata de regadio decrescerá cinco por cento.
Já o tomate para a indústria apresenta "perspectivas animadoras" após o "mau ano de 2011", com uma produtividade "acima das 82 toneladas/hectare", um valor acima da média dos últimos cinco anos, e o girassol deverá manter-se estável.
Segundo o INE, 2012 será "mau" para os pomares, com Trás-os-Montes a ser a região mais afectada na maçã e a registar quebras de produtividade superiores a 30 por cento face a 2011, traduzido num decréscimo do rendimento unitário a nível nacional de 15 por cento.
No caso da pera, as reduções são "generalizadas a todas as regiões", com decréscimos previstos da produtividade de 30 por cento face a 2011 e de 11 por cento relativamente à média dos últimos cinco anos.
Também menos produtivos estão este ano os pomares de pessegueiros, cujo rendimento unitário deverá cair 10 por cento.
Também menos produtivos estão este ano os pomares de pessegueiros, cujo rendimento unitário deverá cair 10 por cento.
Em sentido inverso, a produtividade das vinhas irá aumentar cerca de cinco por cento, com todas as regiões a apontar "para um ano de boa qualidade", e a uva de mesa subirá a produção em 10 por cento.
Relativamente à amêndoa "ainda subsistem incertezas quanto ao potencial produtivo para esta campanha", mas tudo aponta para um decréscimo de cinco por cento face a 2011, enquanto a produção de batata de sequeiro recuará 15 por cento e a de cereja 25 por cento.
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