Está na hora de ser lobo
Todos os dias, quer seja nos blogues, nas redes sociais ou nos cafés, transportes, um pouco por todo o lado se ouve a indignação contra a roubalheira e o compadrio que este governo representa e contra estas politicas que conduzem o país à miséria e os portugueses ao desespero da precariedade no trabalho, no desemprego e na vida. Todos dizem que isto assim não vai lá e que é necessário correr esta escumalha toda a pontapé (os mais moderados). Todos dizem, mas todos olham para o lado à espera de ver quem o vai fazer, à espera de um qualquer Dom Sebastião ou talvez de um milagre. O vizinho do lado também está a olhar para o lado, o Dom Sebastião há muito que é poeira nos desertos bem a sul do Rio Tejo e o melhor mesmo é deixarmos os milagres para Fátima. A solução não passa por olhar para o lado mas olhar em frente e assumirmos cada um de nós os nossos destinos nas nossas mãos.
Quando vou a uma manifestação contra o desemprego e a precariedade e estão lá três mil pessoas como é possível mudar seja lá o que for? Quando vou a reuniões de indignados e somos vinte ou trinta pessoas a discutir alternativas que deveriam ser debatidas e decididas por todos como podemos apresentar soluções?
Só, como agora está na moda dizer, saindo do nosso espaço de conforto e participando activamente na busca das alternativas e na ocupação das ruas exigindo a mudança poderemos ser donos do nosso futuro. Há reuniões de indignados um pouco por todo o lado, (onde não houver criem-nas), há um movimento global que há mais de um ano tenta incorporar essa necessidade de mudança e dar-lhe corpo. O que faz falta é que todos assumamos a nossa responsabilidade na sua forma e no seu conteúdo. Vamos todos juntar-nos e fazer a diferença. Vamos ocupar os parques, as ruas e exigirmos um mundo melhor, mais justo, mais solidário e não um em que uns que podem querem e mandam têm tudo e outros quase nada.
Não olhes mais para o lado, olha em frente e faz a diferença. Afinal está tudo nas tuas mãos.
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