Bastou que o seu nome aparecesse numa oferta de emprego do IEFP para que fosse notícia e motivo de indignação por associação a cunha ou favorecimento. E, no entanto, Vera Pereira, desempregada há mais de seis meses, supostamente licenciada na área de Educação Especial – Educadores de Infância, a fazer fé no anúncio, iria finalmente ter direito a um emprego (desconheço como a história acabou) como educadora de infância e auferir a remuneração de 833 euros. O contrato seria válido por apenas seis meses porque ao fim desse período o Estado deixaria de pagar metade do seu salário à entidade empregadora.
Deste pretenso apoio estatal à criação de emprego e formação profissional ninguém se indignou. Vera Pereira seria contratada ao abrigo da medida Estímulo 2012. Segundo esta medida, a entidade empregadora indicaria no portal NetEmprego a intenção de beneficiar do apoio e a modalidade de formação profissional a proporcionar ao trabalhador. O IEFP validaria a oferta e indicaria à entidade patronal os desempregados que reunissem os requisitos necessários. Celebrado o contrato de trabalho, a entidade empregadora apresentaria a candidatura ao Estímulo 2012. Por fim, O IEFP verificaria o cumprimento dos requisitos e notificaria a decisão à entidade empregadora.
Mas esta não é a prática que o IEFP consagrou. Segundo o IEFP é normal a entidade empregadora indicar o nome de quem quer contratar. A publicação do nome de Vera Pereira não passou de um lapso que, segundo o IEFP, é necessário investigar. Afinal, ao publicar o nome de Vera Pereira, alguém cometeu o delito de desnudar a verdadeira natureza destes apoios governamentais: estimular a subsidiodependência e fomentar a precariedade e a desvalorização da força de trabalho.
á de moura pina
Abrasivo1
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