F. A. P.
Se fosse vivo, Fernando Assis Pacheco faria hoje 75 anos, mas morreu à porta de uma livraria, em Dezembro de 1995. Como poderia ter falecido na sede de um jornal, ou à mesa de um restaurante - porque era um amante sedento da vida, um grande jornalista, um bom poeta. Lembrêmo-lo com um dos seus primeiros poemas, intitulado Tentas, de longe:
Com peso triste caminha na rua o Outono.
O meu coração debruça-se à janela
a ver pessoas e carros, e as folhas caindo.
Mastigo esta solidão
como quando era pequeno e jantava
diante dos pais zangados:
devagar, ausente.
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