Reunião de emergência do nucleo duro do governo
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A decisão da Assembleia da República de devolver aos professores nove anos, quatro meses e dois dias de tempo de serviço - cerca de um terço dos quais a partir de 2020, com efeitos retroativos a janeiro de 2019 - levou o governo a ameaçar com uma demissão, invocando o impacto da medida na sustentabilidade futura das contas públicas. Mas afinal o que está em causa nesta decisão?
Os professores contestam estas contas : apontam para um custo adicional da ordem dos 400 milhões de euros anuais brutos mas referem que aos mesmos devem ser deduzidos os encargos com contribuições e impostos (que devolvem parte do valor ao Estado), apontando para um custo líquido da medida abaixo dos 300 milhões de euros. Ou seja: menos de metade do que tem sido avançado pelo governo.
"Bom". Para acederem a certos patamares da carreira - quinto e sétimo escalões - têm de ser avaliados com pelo menos "Muito Bom" ou "Excelente", existindo um limite para a percentagem de menções desse nível que podem ser dadas. Se não chegarem a essa bitola ficam sujeitos à existência de vagas para progredirem.
Além disso têm de participar em ações de formação pelo menos no ano anterior à mudança de escalão.
De resto, um dos pedidos dos sindicatos aos deputados que têm estado a discutir esta matéria foi precisamente a adoção de um regime especial que permitisse dispensar a maioria dos docentes destes requisitos na primeira reposição. Isto porque o longo congelamento das carreiras, que se prolongou até janeiro do ano passado, levou a que a maioria dos docentes não tivesse sido avaliada nos últimos anos.
Quanto custa a reposição do tempo de serviço congelado?
O Ministério das Finanças tem insistido numa estimativa de 635 milhões de euros adicionais a suportar anualmente pelos cofres públicos, um esforço equivalente ao das reposições da restante administração pública. E avisa que a medida implicará dar tratamento idêntico às restantes carreiras especiais da Administração Pública, como polícias e magistrados.Os professores contestam estas contas : apontam para um custo adicional da ordem dos 400 milhões de euros anuais brutos mas referem que aos mesmos devem ser deduzidos os encargos com contribuições e impostos (que devolvem parte do valor ao Estado), apontando para um custo líquido da medida abaixo dos 300 milhões de euros. Ou seja: menos de metade do que tem sido avançado pelo governo.
Porque devolveu o governo todo o tempo congelado à maioria da administração pública mas só queria dar dois anos, oito meses e dezoito dias aos professores?
O governo devolveu à generalidade da Administração Pública mais de sete anos de tempo de serviço congelado. Aos docentes, que suportaram um período de congelamento superior, ofereceu dois anos, sete meses e dezoito dias. A justificação dada pela tutela prende-se com as diferenças entre as carreiras gerais e as carreiras especiais, como a dos docentes, os polícias e os magistrados, cuja progressão depende sobretudo do fator tempo. No caso concreto dos professores, o governo explicou ainda ter introduzido um fator de "equidade", porque a duração média entre escalões na classe docente é de quatro anos enquanto nas carreiras gerais ronda os 10 anos. O objetivo dos dois anos, oito meses e dezoito dias era permitir aos docentes um "impulso" salarial, à semelhança do que sucedeu aos trabalhadores das carreiras gerais que recuperaram mais de sete anos.Os professores progridem na carreira sem avaliação?
Não. Os professores estão sujeitos a um regime de avaliação de desempenho, introduzido em 2010, que contempla aspetos como a observação de aulas, e não podem progredir sem uma menção no mínimo de"Bom". Para acederem a certos patamares da carreira - quinto e sétimo escalões - têm de ser avaliados com pelo menos "Muito Bom" ou "Excelente", existindo um limite para a percentagem de menções desse nível que podem ser dadas. Se não chegarem a essa bitola ficam sujeitos à existência de vagas para progredirem.
Além disso têm de participar em ações de formação pelo menos no ano anterior à mudança de escalão.
De resto, um dos pedidos dos sindicatos aos deputados que têm estado a discutir esta matéria foi precisamente a adoção de um regime especial que permitisse dispensar a maioria dos docentes destes requisitos na primeira reposição. Isto porque o longo congelamento das carreiras, que se prolongou até janeiro do ano passado, levou a que a maioria dos docentes não tivesse sido avaliada nos últimos anos.
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