A imagem que abre este artigo mostra a comparação entre um cérebro humano (esquerda) e o de um golfinho (direita). Esses dois hemisférios tão bem diferenciados do cérebro do golfinho são desativados alternativamente para permitir que descanse e durma "apagando" a metade de seu cérebro a cada vez. Sabia disso? Mas talvez o que esteja deixando você com a pulga atrás da orelha neste momento seja a diferença de tamanho, como pode o cérebro do golfinho ser maior, se nós somos -em teoria- mais "espertos" e inteligentes? Isso é o que vamos explicar neste post
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O cérebro humano médio tem umas 1.400 gramas, ainda que haja exceções: o recorde de peso é ostentado pelo cérebro de um cadáver extraído em 1992 pelo doutor Mabdybur, patologista da Universidade de Cincinnati: tinha 2,3 quilos, um verdadeiro cabeção. O recorde de leveza em um cérebro normal e saudável foi o de Daniel Lyon: 680 gramas. A depressão, também, pode influir no peso do cérebro. Mas isto não é o relevante à hora de calcular a capacidade intelectual: o tamanho do cérebro tem uma importância relativa, e o importante é sua fiação e a densidade de neurônios. De fato, o registro fóssil assinala que nosso cérebro experimentou um decréscimo de tamanho durante os últimos 15.000 anos.
O que se leva em conta na biologia para calcular a possível inteligência de uma espécie animal é o denominado quociente de encefalização ou capacidade encefálica, que é algo como a razão entre o tamanho real do cérebro e a massa corporal. Uma baleia azul, por exemplo, tem um cérebro de 7 quilos, o maior da Terra, seguido do cérebro do elefante indiano de 6 kg, mas nenhum dos dois animais tem um quociente de encefalização maior do que a dos humanos, devido a seu tamanho. Em animais de peso similar, um golfinho e um gorila, por exemplo, podemos ver também diferenças: o cetáceo tem um cérebro de uns 1.200 gramas enquanto o do gorila ronda o meio quilo.
Seria esta a característica mais importante para conhecer a inteligência de uma espécie? Não, há que lhe somar mais variáveis à equação, como a quantidade de neurônios e a extensão do chamado neocórtex, que são as áreas que constituem a "capa" neural que recobre os lóbulos pré-frontais e, em especial, os lóbulos frontais dos mamíferos. Aí, e na presença de determinados neurônios -de von Economo e piramidais, por exemplo- reside talvez a diferença de nossa capacidade de processamento. A extensão destas camadas de neurônios é o evento evolutivo mais importante do cérebro dos mamíferos e o que lhes deu muitas vantagens por todo o planeta. Nesta imagem vemos uma comparação entre espécies:
Seria esta a característica mais importante para conhecer a inteligência de uma espécie? Não, há que lhe somar mais variáveis à equação, como a quantidade de neurônios e a extensão do chamado neocórtex, que são as áreas que constituem a "capa" neural que recobre os lóbulos pré-frontais e, em especial, os lóbulos frontais dos mamíferos. Aí, e na presença de determinados neurônios -de von Economo e piramidais, por exemplo- reside talvez a diferença de nossa capacidade de processamento. A extensão destas camadas de neurônios é o evento evolutivo mais importante do cérebro dos mamíferos e o que lhes deu muitas vantagens por todo o planeta. Nesta imagem vemos uma comparação entre espécies:
Voltando à comparação inicial, entre humano e golfinho, repetimos o que dizíamos no princípio: não é tão importante o tamanho quanto a densidade de neurônios. Na lista wikipédica dos animais por número de neurônios você vai encontrar a explicação. Se contabilizarmos o número de neurônios do córtex de um golfinho nariz de garrafa e um chimpanzé, descobriremos que são bem similares: em torno de 6 bilhões cada um, enquanto os humanos estamos mais perto dos 20 bilhões.
Compreender como aconteceu a evolução para esse encéfalo tão denso e proporcionalmente grande dos humanos é uma tarefa fascinante na qual os cientistas seguem enroscados. A principal incógnita é como conseguimos desenvolver um órgão tão caro energeticamente. Só para que tenham uma ideia, nos adultos, nosso cérebro consome 20% da energia em relação à 13% dos chimpanzés ou 8,5% dos ratos. Alguns estudos recentes apontam a que em algumas espécies acontece um fato que não esperavam: a surpresa não foi tanto pelo cérebro ter crescido, senão pelo corpo ter encolhido.
No trabalho, publicado há um par de anos na revista científica Plos Biology, sobre este tema, compararam as impressões "metabólicas" dos tecidos humanos e os de outros animais e descobriram grandes diferenças. Não só nosso cérebro consome mais, senão que nossos músculos são mais débeis e consomem menos que os dos chimpanzés, por exemplo.
Que significa isto? No fundo a evolução de nosso cérebro foi uma espécie de corrida entre um cérebro que consumia cada vez mais recursos e um corpo que precisava encontrar mais fontes de calorias. Mas outros cientistas apontam a que nossos músculos mudaram porque se adaptaram a uma atividade nova: andar e correr longas distâncias, e isso lhes permitia obter mais calorias para um cérebro cada vez mais exigente. Há de somar um importante aspecto que veio mais tarde, que é a capacidade para cozinhar e obter mais energia comendo menos horas ao dia, para que tenhamos quase todos os elementos.
www.mdig.com.br
Compreender como aconteceu a evolução para esse encéfalo tão denso e proporcionalmente grande dos humanos é uma tarefa fascinante na qual os cientistas seguem enroscados. A principal incógnita é como conseguimos desenvolver um órgão tão caro energeticamente. Só para que tenham uma ideia, nos adultos, nosso cérebro consome 20% da energia em relação à 13% dos chimpanzés ou 8,5% dos ratos. Alguns estudos recentes apontam a que em algumas espécies acontece um fato que não esperavam: a surpresa não foi tanto pelo cérebro ter crescido, senão pelo corpo ter encolhido.
No trabalho, publicado há um par de anos na revista científica Plos Biology, sobre este tema, compararam as impressões "metabólicas" dos tecidos humanos e os de outros animais e descobriram grandes diferenças. Não só nosso cérebro consome mais, senão que nossos músculos são mais débeis e consomem menos que os dos chimpanzés, por exemplo.
Que significa isto? No fundo a evolução de nosso cérebro foi uma espécie de corrida entre um cérebro que consumia cada vez mais recursos e um corpo que precisava encontrar mais fontes de calorias. Mas outros cientistas apontam a que nossos músculos mudaram porque se adaptaram a uma atividade nova: andar e correr longas distâncias, e isso lhes permitia obter mais calorias para um cérebro cada vez mais exigente. Há de somar um importante aspecto que veio mais tarde, que é a capacidade para cozinhar e obter mais energia comendo menos horas ao dia, para que tenhamos quase todos os elementos.
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