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Do alto dos 81 anos, o ex-dinossauro da CDU em Évora, Abílio Fernandes, caminhava ligeiro e discreto integrando a comitiva comunista onde se agitavam bandeiras ao som das palavras de ordem "empurradas" por um megafone.
Abílio era mais um entre largas dezenas de apoiantes que esta tarde quiseram estar ao lado do candidato João Ferreira, à passagem da campanha pelo centro histórico da capital alentejana.
A tarde ainda aquecia em Évora - a cidade chegou hoje aos 33 graus - quando o antigo autarca, que esteve 25 anos à frente da Câmara (de 1976 a 2001) explicava ao
DN o que o levou hoje a sair à rua.
"O momento que passamos é muito inquietante, sabe? Não digo perigoso porque não sabemos onde isto vai parar, mas inquieta-me que estejam a ser criadas forças antagónicas com algum peso no mundo", alegava Abílio, recordando como "algumas guerras surgem do nada". Daí que alertasse para a necessidade "dos jovens que estão afastados da política perceberem que a vida, tal como a conhecem, pode voltar atrás."
Eis o que explicava o "sim" dado por Abílio Fernandes a mais um combate político ao lado da sua CDU de sempre, tendo puxado dos pulmões para juntar a sua voz aos apoiantes que gritavam "CDU avança com toda a confiança" ou "O voto acertado é no último quadrado", numa alusão ao facto do sorteio do boletim de voto para as Eleições Europeias ter colocado a Coligação no último lugar.
Nada que preocupe Abílio Fernandes. "É gratificante estar envolvido nestas lutas e ouvir os nossos candidatos falarem com tanta clareza. Até pode não ter resultados eleitorais no imediato, mas aos poucos vamos tendo melhorias. Foi isso que aconteceu com o 25 de abril", rematava.
Para trás já tinha ficado a concentração dos apoiantes junto à Sé de Évora, com vista periférica sobre o Templo Romano. Três presidentes de câmara da região aguardavam por João Ferreira. Carlos Pinto de Sá (Évora), Hortênsia Menino (Montemor-o-Novo) e Sílvia Pinto (Arraiolos) haveriam de percorrer as ruas de Évora ao lado do cabeça de lista, numa arruada que começou "envergonhada" de vozes, mas que se foi soltando à medida que a comitiva descia a rua 5 de Outubro, tradicionalmente dedicada a lojas de artesanato.
Porém, não foi uma tarde de enchente popular no "coração" da cidade, nem na própria Praça do Giraldo, a sala de visitas eborense. Apenas quatro a cinco mesas com jovens sentados na esplanada do carismático Café Arcada a quem João Ferreira entregou meia dúzia de panfletos, garantindo que estariam por ali "boas razões para votarem CDU. E precisamos tanto dos votos", admitia.
Os populares mantiveram-se sentados, parcos em comentários, enquanto o candidato era informado que numa das mesas estava um colega seu. "Ele também é biólogo", alertava um elemento da comitiva, sacando um sorriso mais largo a João Ferreira.
Ato contínuo, o candidato iria cruzar-se - agora sob as arcadas - com a exposição dos 50 anos do Diário do Sul, ficando a saber que o jornal da terra não estava a acompanhar a sua visita a Évora por falta de meios.
Paulo Piçarra, editor executivo do diário, garantia que "as exigências sobre a imprensa regional são maiores face ao que é exigido aos órgãos nacionais", alertando que para acompanhar um candidato teria que seguir o mesmo critério junto dos restantes 16, sob pena de ser acusado de tratamento desigual.
João Ferreira respondeu que a CDU está atenta e quer mudar o atual estado de coisas, antes de seguir com a arruada até ao largo Luís de Camões. Era agora tempo dos apoiantes intensificarem a distribuição de panfletos a anunciar a realização de um colóquio no Teatro Garcia de Resende para 21 de maio, a escassos cinco dias da população ser chamadas a votos. Tema na mesa? "Contra o fascismo na Europa, defender em Portugal os valores de abril".
Um dos voluntários parou três jovens transeuntes para lhes fazer a entrega em mão, alertando que "isto é muito importante. Olhem que eles andam aí. Não se distraiam com o vosso futuro, pá!". Recebeu gargalhadas do grupo, no momento em que João Ferreira já discursava para pedir empenho aos militantes alentejanos. "Faltam 11 dias. Apelo para que divulguem a mensagem política da CDU", disse o candidato, que fez questão de se distanciar da troca de acusações e argumentos, que segundo ele, estão a marcar as campanhas de PS, PSD e CDS.
Abílio era mais um entre largas dezenas de apoiantes que esta tarde quiseram estar ao lado do candidato João Ferreira, à passagem da campanha pelo centro histórico da capital alentejana.
A tarde ainda aquecia em Évora - a cidade chegou hoje aos 33 graus - quando o antigo autarca, que esteve 25 anos à frente da Câmara (de 1976 a 2001) explicava ao
DN o que o levou hoje a sair à rua.
"O momento que passamos é muito inquietante, sabe? Não digo perigoso porque não sabemos onde isto vai parar, mas inquieta-me que estejam a ser criadas forças antagónicas com algum peso no mundo", alegava Abílio, recordando como "algumas guerras surgem do nada". Daí que alertasse para a necessidade "dos jovens que estão afastados da política perceberem que a vida, tal como a conhecem, pode voltar atrás."
Eis o que explicava o "sim" dado por Abílio Fernandes a mais um combate político ao lado da sua CDU de sempre, tendo puxado dos pulmões para juntar a sua voz aos apoiantes que gritavam "CDU avança com toda a confiança" ou "O voto acertado é no último quadrado", numa alusão ao facto do sorteio do boletim de voto para as Eleições Europeias ter colocado a Coligação no último lugar.
Nada que preocupe Abílio Fernandes. "É gratificante estar envolvido nestas lutas e ouvir os nossos candidatos falarem com tanta clareza. Até pode não ter resultados eleitorais no imediato, mas aos poucos vamos tendo melhorias. Foi isso que aconteceu com o 25 de abril", rematava.
Para trás já tinha ficado a concentração dos apoiantes junto à Sé de Évora, com vista periférica sobre o Templo Romano. Três presidentes de câmara da região aguardavam por João Ferreira. Carlos Pinto de Sá (Évora), Hortênsia Menino (Montemor-o-Novo) e Sílvia Pinto (Arraiolos) haveriam de percorrer as ruas de Évora ao lado do cabeça de lista, numa arruada que começou "envergonhada" de vozes, mas que se foi soltando à medida que a comitiva descia a rua 5 de Outubro, tradicionalmente dedicada a lojas de artesanato.
Porém, não foi uma tarde de enchente popular no "coração" da cidade, nem na própria Praça do Giraldo, a sala de visitas eborense. Apenas quatro a cinco mesas com jovens sentados na esplanada do carismático Café Arcada a quem João Ferreira entregou meia dúzia de panfletos, garantindo que estariam por ali "boas razões para votarem CDU. E precisamos tanto dos votos", admitia.
Os populares mantiveram-se sentados, parcos em comentários, enquanto o candidato era informado que numa das mesas estava um colega seu. "Ele também é biólogo", alertava um elemento da comitiva, sacando um sorriso mais largo a João Ferreira.
Ato contínuo, o candidato iria cruzar-se - agora sob as arcadas - com a exposição dos 50 anos do Diário do Sul, ficando a saber que o jornal da terra não estava a acompanhar a sua visita a Évora por falta de meios.
Paulo Piçarra, editor executivo do diário, garantia que "as exigências sobre a imprensa regional são maiores face ao que é exigido aos órgãos nacionais", alertando que para acompanhar um candidato teria que seguir o mesmo critério junto dos restantes 16, sob pena de ser acusado de tratamento desigual.
João Ferreira respondeu que a CDU está atenta e quer mudar o atual estado de coisas, antes de seguir com a arruada até ao largo Luís de Camões. Era agora tempo dos apoiantes intensificarem a distribuição de panfletos a anunciar a realização de um colóquio no Teatro Garcia de Resende para 21 de maio, a escassos cinco dias da população ser chamadas a votos. Tema na mesa? "Contra o fascismo na Europa, defender em Portugal os valores de abril".
Um dos voluntários parou três jovens transeuntes para lhes fazer a entrega em mão, alertando que "isto é muito importante. Olhem que eles andam aí. Não se distraiam com o vosso futuro, pá!". Recebeu gargalhadas do grupo, no momento em que João Ferreira já discursava para pedir empenho aos militantes alentejanos. "Faltam 11 dias. Apelo para que divulguem a mensagem política da CDU", disse o candidato, que fez questão de se distanciar da troca de acusações e argumentos, que segundo ele, estão a marcar as campanhas de PS, PSD e CDS.
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