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segunda-feira, 27 de maio de 2019

PCP. O que fazer com esta derrota? O comité central dirá



Primeiro, foram as autárquicas, com dez câmaras perdidas diretamente para as mãos do PS. Agora, um resultado "particularmente negativo" tirou ao PCP um lugar de eurodeputado em Bruxelas e mais de 188 mil votos. As campainhas de alerta já soaram na Soeiro Pereira Gomes. Já na terça-feira o comité central vai reunir para uma "avaliação concreta" de como se chegou a este ponto.

PASSE O RATO POR CIMA
"Podem ficar descansados, não há razão para nenhuma ansiedade", disse João Ferreira. Faltavam cinco minutos para as nove da noite quando o cabeça de lista da CDU - e eurodeputado duas vezes eleito - veio falar aos jornalistas. O ambiente no Hotel Vitória era tenso e anormalmente silencioso. Na verdade, ainda nem sequer estava confirmada a eleição de João Ferreira e, pior, já era mais que certa a quebra eleitoral e a baixa na bancada europeia da CDU. Altura para apelar à calma e garantir que seria feita "uma avaliação mais concreta" dos resultados.
O encontro tem dia e hora marcados: o comité central foi convocado já para a próxima terça feira e o 'coletivo' terá a palavra decisiva sobre o que fazer com este resultado. Como trabalho de casa, a direção comunista leva as duas quebras do PCP nas duas últimas eleições e a correspondente subida dos seus parceiros de coligação. A geringonça está, por isso, em cima da mesa.
ANA BAIÃO

OS 'SES' DE JERÓNIMO

Mais de duas horas depois da intervenção de João Ferreira, o cenário não tinha mudado. Reinava a mesma indefinição sobre se a CDU tinha conseguido garantir um segundo eurodeputado (na verdade, só se respirou de alívio já passava da uma da manhã), quando Jerónimo de Sousa entrou na sala de imprensa. O líder abriu direto ao assunto. Desta vez não houve "grande resultado" ou menção a uma "grande vitória". Foi mesmo "negativo" o score obtido e Jerónimo não tentou sequer dar a volta ao texto.
Apesar de falar na diferença de contexto político entre as duas últimas eleições europeias e de lamentar a "constante desvalorização do trabalho e da intervenção da CDU" nos media, ou a "campanha de calúnias e difamação" de que o seu partido foi alvo, o líder não fugiu ao assunto. "Pode ter acontecido que, na nova fase da vida política nacional, o PS tenha capitalizado alguma coisa", disse Jerónimo de Sousa.
A geringonça tornou-se um elefante na sala principal do Hotel Vitória. A "capitalização" socialista é feita, em grande parte, à custa do eleitorado comunista e isso "precisa de avaliação e de análise mais longa", diz Jerónimo.
expresso.pt
A discussão interna está aberta e o combate com o PS para as próximas legislativas é inevitável. Jerónimo tenta segurar os ânimos. Invoca o seu "saber de experiência feito" e puxa dos galões de quem já leva "mais de 30 eleições" no currículo. Mas apenas para dizer que "não é um resultado eleitoral que abala as nossas convicções" e para garantir que "nas eleições nada está perdido para todo o sempre".
Palavras de consolo, sem dúvida., mas que nada adiantam sobre a sobrevivência da geringonça. Mas o prognóstico não é dos mais favoráveis. "É muito cedo para falar disso", porque "as conjunturas não se repetem" e, na verdade, "ficou de fora um mundo" entre aquilo que os comunistas queriam e o PS concretizou.
A parceria de esquerda pode ter chegado ao fim. Mas essa, por enquanto, é a pergunta que vale um milhão de euros. É "um se do tamanho desta casa", resume Jerónimo de Sousa. E de condicionais estamos todos conversados. "Como dizia a minha mãe, se a minha avó não morresse, ainda hoje era viva", rematou Jerónimo. A palavra está agora nas mãos do comité central.

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