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José Pacheco
Sebastião Teixeira já não é o diretor da delegação do Algarve da Agência Portuguesa do Ambiente. O até à passada sexta-feira responsável por esta entidade, a nível regional, apresentou a sua demissão e já foi substituído por José Pacheco, arquiteto paisagista, que já havia sido o escolhido para ocupar o lugar deixado vago por Sebastião Teixeira na Sociedade Polis Ria Formosa.
O Governo optou, mais uma vez, por fazer suceder, ao interventivo e muitas vezes contestado Sebastião Teixeira, um técnico com um perfil bem mais discreto. José Pacheco, ao contrário do seu antecessor, foge aos holofotes e dificilmente é visto no terreno.
Também ao nível da comunicação há grandes diferenças. Enquanto o anterior responsável pela APA Algarve se mostrava quase sempre disponível para esclarecer publicamente questões relacionadas com a Sociedade Polis e com o ambiente, José Pacheco – que já foi diretor do Parque Natural da Ria Formosa – tem-se mostrado pouco aberto a falar para os microfones, pelo menos enquanto presidente da Polis Litoral Ria Formosa.
A frontalidade e, principalmente, a sua irredutibilidade no polémico processo das demolições nas ilhas-barreira, valeram a Sebastião Teixeira alguns inimigos de peso, nomeadamente os ilhéus da Culatra, da Praia de Faro e dos ilhotes da Ria Formosa, mas também o presidente da Câmara de Olhão, que avançou com uma providência cautelar para tentar parar o derrube de casas, à semelhança do que fizeram muitos dos proprietários de edificações nas ilhas.
Pouco tempo depois da entrada atual Governo PS, Sebastião Teixeira apresentou a sua demissão enquanto presidente da Polis, por se sentir desautorizado pelo ministro do Ambiente João Matos Fernandes no processo de tomada de posse administrativa de casas a demolir.
Na sua carta de demissão, que o Sul Informação divulgou na altura, o presidente demissionário da Polis acusava a tutela de «causar graves prejuízos ao erário público» ao adiar o processo, acrescentando que a decisão do ministro do Ambiente significava, na prática, «paralisar, ou mesmo inviabilizar, o processo de renaturalização legalmente cometido a esta Sociedade».
Saiu Sebastião Teixeira, entrou José Pacheco e as críticas à Sociedade Polis e à sua atuação baixaram, e muito, de tom. Até porque o posicionamento do Governo se alterou e o número de casas a demolir acabou por ser bem mais limitado do que estava inicialmente previsto.
Jorge Botelho, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, contactado pelo Sul Informação, não quis comentar esta dança de cadeiras, até porque se trata de uma área na qual a entidade que junta as 16 Câmaras do Algarve não tem competência.
Ainda assim, e na condição de presidente da Câmara de Tavira, enalteceu «o trabalho feito por Sebastião Teixeira», desejando «a melhor sorte» ao seu sucessor.
Já José Carlos Barros, deputado do PSD eleito pelo Algarve e antigo diretor do PNRF, não quis falar em nomes, mas considerou que a saída de Sebastião Teixeira, para dar lugar a José Pacheco, tem, «obviamente, significado do ponto de vista político».
Na visão do parlamentar social-democrata, este é mais um sinal daquilo que considera ser «a falta de visão estratégica do Governo», na área do Ambiente, pelo que tem «dificuldade em associar isto a pessoas».
«Não tem havido qualquer atuação estratégica deste Governo, na área do Ambiente, no Algarve. Por vezes, parece que desistiram», acusou. «Nesta legislatura, aqui na região, temos ouvido falar no ambiente sempre pela negativa», reforçou, em declarações ao Sul Informação.
José António Pacheco, o atual presidente da Comissão Liquidatária da Sociedade Polis Ria Formosa, é arquiteto paisagista de formação, técnico superior da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e foi diretor do Departamento de Conservação da Natureza e Florestas do Algarve.
Tanto quanto o Sul Informação apurou, Sebastião Teixeira, geólogo de formação, manter-se-á na APA, como técnico superior.
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