O bêbado
A um poeta desconhecido
bebia a minha terceira cerveja num bar ribeirinho
quando se aproximou arrastando os pés
- dá me umas moedas senhor? –
- e para que são amigo?
- bom, prometo-lhe que não são para comprar um litro de leite –
- bem, diga-me o que faz da sua vida? –
- beber, e o senhor?
- eu… sou poeta… creio –
- ah, não está muito seguro, eu estou seguro de ser bêbado –
- de acordo, e que faz um bêbado quando está sóbrio para fazer de este mundo perverso e absurdo um lugar melhor para viver? -
- repare, senhor, eu não sei muito bem a diferença entre estar sóbrio e bêbado, mas de algo estou certo, os sóbrios destruíram o mundo –
- tem razão amigo, o poeta é você, tome esta nota, mas com uma condição, não a vá gastar com leite -.
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