As organizações e entidades promotoras do Encontro pela Paz que, no passado sábado, 20 de Outubro, se realizou no Pavilhão Paz e Amizade, em Loures, saúdam os mais de 700 participantes, vindos de vários pontos do País, que com a sua participação activa fizeram desta iniciativa um importante momento que, certamente, irá contribuir para o desenvolvimento da luta pela paz em Portugal.
Ao mesmo tempo, valorizam as mais de 45 organizações e entidades que se juntaram ao processo preparatório do Encontro pela Paz e todos os que, da sua tribuna, partilharam análises, experiências e pontos de vista: homens, mulheres e jovens; dirigentes e activistas das organizações envolvidas, sindicalistas, autarcas, padres, militares, professores, jornalistas, investigadores, juristas, estudantes, entre muitos outros.
Os promotores do Encontro pela Paz agradecem a todos os trabalhadores do Município de Loures que garantiram, durante todo o dia, um funcionamento exemplar e condições óptimas para um trabalho frutuoso, e aos grupos musicais que com a sua actuação em muito valorizaram o Encontro: o coro da Liga dos Amigos da Mina de São Domingos e as Batucadeiras da Quinta da Princesa (Seixal).
No Encontro pela Paz estiveram em debate assuntos da maior importância e actualidade, agrupados em três temas, expressos noutras tantas sessões: Paz e Desarmamento; Cultura e Educação para a Paz; Solidariedade e Cooperação. Os contributos dos participantes variaram entre a informação sobre factos e dados, a assumpção de posições de princípio e a partilha de experiências de actividades e iniciativas concretas, resultando num todo coerente e particularmente rico.
O Encontro pela Paz foi aberto pelos presidentes da Câmara Municipal de Loures e da direcção nacional do CPPC, respectivamente Bernardino Soares e Ilda Figueiredo, e foi encerrado por Solange Pereira, presidente nacional da Juventude Operária Católica, que leu o «Apelo à Defesa da Paz» (ver texto seguinte) e por Gonçalo Caroço, vereador da Câmara Municipal de Loures.
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Apelo à defesa da paz
No encerramento deste Encontro pela Paz, que consideramos de grande oportunidade e importância, e em nome das organizações que o promoveram, saudamos todos quantos participaram e contribuíram para a sua realização e afirmamos o nosso empenho para que prossiga e se alargue ainda mais a convergência de vontades e a acção em defesa da paz, considerando-a essencial à vida humana e uma condição indispensável para a liberdade, a soberania, a democracia, o progresso social, o bem-estar dos povos – para a construção de um mundo melhor para toda a Humanidade.
Reconhecendo que a defesa do espírito e dos princípios da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional é base fundamental para o fim do militarismo, da corrida aos armamentos e da guerra, assim como para defender e promover a paz e o desenvolvimento de relações mais justas e equitativas entre os povos de todo o mundo, afirmamos o nosso empenho e apelo à promoção de uma cultura de paz e de solidariedade entre os povos, dando particular atenção aos povos vítimas de ingerência, de agressão e de opressão, incluindo os refugiados, e desenvolvendo uma acção de incentivo à paz e à cooperação em alternativa à guerra e à rivalidade nas relações internacionais.
Considerando da maior importância a educação para a paz, nomeadamente junto das novas gerações, em prol dos valores da paz, da amizade, da solidariedade, da cooperação, da dignidade e da equidade – valores que devem caracterizar as relações entre os Estados e entre os povos –, afirmamos o nosso empenho e apelo a que se promovam iniciativas neste âmbito, designadamente, com escolas, associações e autarquias, nomeadamente em torno do Dia Internacional da Paz (21 de Setembro) e dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Conscientes da premência do fim das armas de extermínio em massa, nomeadamente de todas armas nucleares, afirmamos o nosso empenho e apelo a que se promovam iniciativas públicas que não esqueçam os bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui e o Dia Internacional para a Abolição Total das Armas Nucleares (26 de Setembro) e pugnem pela assinatura e ratificação por Portugal do Tratado de Proibição das Armas Nucleares.
Recordando que em 25 de Abril de 2019 se comemoram os 45 anos da Revolução de Abril, que acabou com 48 anos de fascismo e 13 anos de guerra colonial, e que consagrou na Constituição da República Portuguesa importantes princípios de relações internacionais para Portugal e o povo português – como a independência nacional e a igualdade entre os Estados, o respeito dos direitos humanos, dos direitos dos povos, a solução pacífica dos conflitos internacionais, o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares ou a criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos – , afirmamos o nosso empenho e apelo a que se promovam as suas comemorações.
Conscientes de que a paz é um direito fundamental da Humanidade, sem o qual nenhum outro estará garantido, e alertando para os perigos que a ameaçam, consideramos que este Encontro pela Paz foi um passo importante para o movimento da paz no nosso País e afirmamos a vontade de continuar a unir esforços em Portugal na defesa da paz no mundo, assumindo o compromisso de realizar um novo Encontro pela Paz, pois, pela paz, todos não somos demais!
Este artigo encontra-se em: anónimo séc. xxi http://bit.ly/2JeCJqi
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