Esta manhã, ao abrir a caixa do correio, deparei-me com a última publicação da Sociedade Polis Litoral da Ria Formosa, ou seja da sua mais obra de propaganda para enganar freguês.
À revista em causa, foi atribuído o numero seis, para oito anos de actividade, o que diz bem da "farta" obra que fizeram ao longo deles, sem que alguma vez tivessem travado sorvedoiro de dinheiro em que se constituiu a gestão da Parque Expo, a empresa de capitais públicos, falida se não houvessem estas negociatas.
Na imagem de cima, anuncia-se que as empreitadas de valorização e mitigação de riscos nas ilhas barreira estão concluídas, pelo menos aqui para as nossas bandas, já que esta zona da Ria Formosa a parecer filha de um deus menor.
Assim, na intervenção 1 - Tavira, propagandeia-se o reforço do cordão dunar da Ilha de Cabanas com dragados dos canais de Cabanas, Stª Luzia e delta de vazante da Barra de Tavira. Isto é o que diz a propaganda. Não diz é que naquela zona já fizeram três intervenções (dragagens) que sendo justas, mereciam uma outra avaliação.
É que sendo válido o argumento invocado para reforço do cordão dunar por risco de galgamento, mais válido seria o da recuperação do cordão dunar da Península de Cacela que em 2010 foi vitima de galgamento oceânico com espraiamento das areias para o interior da Ria. Claro que Cacela não tem o mesmo impacto turístico que Tavira e muito menos tem, quem junto do Poder político, possa influenciar a uma intervenção urgente.
Por outro lado, a ausência de uma intervenção para reposição da Península de Cacela mostra também que os objectivos prioritários não são os da preservação ambiental da Ria Formosa ou das populações nativas, mas antes os interesses turisticos e económicos a eles associados.
Já quanto à propagandeada valorização hidrodinâmica temos a dizer que as dragagens de deltas de vazante por si só não melhoram aquela hidrodinâmica, porque os deltas de enchente, e no caso da Barra da Armona, as condutas de agua e esgotos depositados no leito da barra, são um obstáculo à renovação das aguas em metade do ciclo de maré.
Anuncia-se de igual modo, novas empreitadas da chamada valorização hidrodinâmica com reforço do cordão dunar na Ilha de Tavira, na Praia da Fuzeta e na Península do Ancão.
Sobre a situação de vulnerabilidade e risco para as Parias da Ilha da Culatra, não há uma única palavra e ainda menos dinheiro para gastar, porque por aqui, é mais importante que seja o mar a fazer o trabalho que de outro modo pertence ao camartelo, mesmo que isso ponha em risco pessoas e bens.
Assim temos dois tipos de zonas, as com maior potencial turístico e onde são aplicados dinheiros públicos e aquelas onde há menos turismo a serem abandonadas ao sabor dos tempos, ou seja, dinheiros públicos ao serviço dos interesses económico turísticos porque para os restantes a gastar-se algum, será apenas para correr com os nativos.
olhaolivre.blogspot.pt
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