A COLUNA DE OCTOPUS – PORTUGAL E A FUTURA MALDIÇÃO DO PETRÓLEO?
A grande maioria das populações dos países produtores de
petróleo não tira qualquer benefício dessa produção. À excepção da
Noruega e dos Estados Unidos, as populações de países produtores de
petróleo são pobres, exceptuando uma pequena minoria privilegiada. Além
desse facto, esses países são cobiçados pelas grandes multinacionais e
objecto de conflitos económicos e militares. As pressões e
disfuncionamento entre as companhias petrolíferas e os governos, leva a
que, apesar de teoricamente as populações serem “proprietárias” do
petróleo produzido nos seus países, os cidadãos pouco ou nada beneficiem
com recurso natural.
Existe petróleo em Portugal?
Tudo leva a crer que sim. Por um lado, no período Jurássico,
a Terra estava unida e Portugal estava colado com a zona da Nova
Escócia, no Canadá, onde actualmente existe uma grande produção de
petróleo. Por outro lado, foi encontrado petróleo ao largo da Mauritânia
e Marrocos, países esses próximos de Portugal.
Desde 2007 já foram feitas 175 sondagens no mar português com a descoberta de petróleo e gás em 117 dessas sondagens.
A produção de petróleo é benéfica para Portugal?
Para um país totalmente dependente do exterior no
aprovisionamento em petróleo e gás, tudo leva a crer que seria benéfico
para Portugal produzir estes recursos naturais. Esta produção levaria a
uma redução do seu défice energético. No entanto, essa exploração
depende das contrapartidas para o Estado português.
Uma coisa já sabemos: o Estado português comprará o
combustível extraído em Portugal ao preço praticado nos mercados
internacionais. Após descontar todos os custos operacionais de produção,
o valor a pagar ao Estado português será de apenas de 5% nos primeiros 5
milhões de barris e de 9% a partir dos 10 milhões de barris. Os
contractos de concessão podem ir até 55 ano. E pasmem-se: a produção de
gás fica isenta de qualquer imposto!
Risco ambiental.
Além do risco económico, o risco ambiental é enorme. De ter
em conta que para além do risco ambiental evidente, existe um risco
evidente para a pesca e para o turismo. Para a pesca porque esta zona é
particularmente sensível nesta zona e para o turismo dado que é a zona
do Algarve é uma zona de turismo por excelência. As zonas de exploração e
das bocas de queima poderão ficar a escassos 8,5 km da costa o que irá
degradar a paisagem algarvia.
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