O secretário-geral do PCP reiterou hoje o empenhamento do seu partido no "compromisso de convergência" com o Governo do PS para a melhoria do país, confiando em melhores resultados eleitorais nas próximas autárquicas e legislativas.
Lusa
Na conferência de imprensa sobre a reunião do Comité Central comunista, Jerónimo de Sousa desvalorizou também o facto de o candidato presidencial apoiado pelo PCP, Edgar Silva, ter registado a pior votação de sempre 4%.
"Para o PCP, a concretização do compromisso assumido na posição conjunta com PS tem de ser respeitado. Da nossa parte, tudo faremos para a sua concretização, designadamente em sede de orçamento do Estado (OE). Afirmamos claramente a necessidade de examinar a proposta de OE, procurando dar uma contribuição para que as tais matérias sejam incluídas, conhecendo nós os constrangimentos que existem particularmente em relação às orientações da União Europeia", disse.
O líder comunista referia-se a "opções de fundo associadas à política de direita e que levaram a que o PS tenha dado continuidade a processos - tendo na sua origem a responsabilidade do Governo PSD/CDS - que colidem com o interesse nacional".
"São disso exemplo a 'resolução do Banif', a concretização da privatização da CP Carga, a dimensão insuficiente e inaceitável dos valores de atualização das reformas e pensões", especificou.
Ainda assim, o PCP continuará a reger-se por uma "posição construtiva" e "continuará a haver desenvolvimento e grande disponibilidade", mostrando-se os comunistas "sinceramente empenhados em encontrar soluções para os problemas do país".
"A nossa postura perante o Governo do PS continua a ser pautada pela seriedade, coerência e respeito pelos conteúdos aprovados por ambos os partidos", atestou, frisando que, "em relação ao PCP, fala o PCP", apostado em "convergir naquilo em que é possível convergir".
Sobre a influência da proximidade para com o PS em termos de desempenho eleitoral, nomeadamente junto dos militantes e habituais votantes no PCP, Jerónimo de Sousa afirmou que "é um erro fazer um esforço mimético e considerar igual o que é diferente", citando o exemplo de São João da Madeira, onde houve eleições locais e presidenciais ao mesmo tempo.
"Tivemos 200 e poucos votos para Edgar Silva e 700 e tal para a Câmara Municipal. Não vale a pena fazer comparações sobre coisa que não são comparáveis. Fala quem passou por mais de 40 eleições, temos conhecido avanços e recuos, vitórias e derrotas, sempre com a conceção de que aquilo que aconteceu a 24 janeiro não se vai repetir nas próximas autárquicas, como nas próximas legislativas. Atrás dos tempos outros tempos vêm", assegurou.
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