O principal arguido da primeira acusação da operação Furacão que chega a julgamento, Diogo Viana, disse ontem, em tribunal, que a Finatlantic – empresa da qual é dono – constituiu 400 sociedades em paraísos fiscais, embora neste julgamento só estejam envolvidas 16.
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Na segunda sessão de julgamento, em Lisboa, o consultor negou que os serviços prestados tivessem fins ilícitos, designadamente emissão de faturas fictícias e fuga ao Fisco em Portugal. "O esquema visava apenas aproveitar os benefícios fiscais no estrangeiro. Existirem faturas falsas é coisa que nego totalmente", disse Diogo Viana, responsabilizando os clientes por eventuais fugas aos impostos. "Não sabia nem podia saber se as empresas declaravam todos os ganhos em sede de IRS. A Finatlantic não fazia a contabilidade nem fiscalizava os clientes. Esse trabalho pertence à Autoridade Tributária", frisou.
O arguido negou ainda que tivesse atuado de modo "sub-reptício e obscuro" ou fosse o cérebro "de um esquema diabólico", observando que a Finatlantic, que se dedicava a operações comerciais de troca de mercadorias, foi várias vezes auditada e inspecionada pelo Fisco inglês. Diogo Viana, que rejeitou a tese da acusação de que fez fortuna (dois milhões de euros) com o esquema fraudulento, é um dos 14 arguidos - 12 pessoas e duas sociedades - que estão a ser julgados por fraude fiscal qualificada.
O julgamento prossegue na terça-feira com o depoimento do mesmo arguido.
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