AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Patriotismo e interesses classistas

logo editorial
Um dos nossos cavalos de batalha tem sido desde o primeiro dia o da defesa da independência da Catalunha, do País Basco, da Galiza…- em suma, o da aniquilação do «iberismo castelhanista» que propugna um Estado com capital no centro geodésico da Península.

É óbvio que em Portugal a ideia não colhe simpatia e os governos que têm passado por Madrid, de esquerda, de direita, monárquicos, republicanos, sempre têm respeitado a soberania portuguesa – embora perdure a questão de Olivença; porém, neste pormenor as culpas cabem  exclusivamente a Portugal que, praticando uma diplomacia cobarde, não aborda o problema e entende que a pequenez do território, roubado durante a ridícula «guerra das laranjas», não justifica criar um conflito internacional com um estado vizinho.

Mas temos plena consciência da complexidade do problema da Catalunha – não podemos dividir, como nos filmes de índios e cow-boys,  os catalães entre «bons» e «maus» em função da sua posição face ao problema da independência – há espanholistas de esquerda, independentistas de direita; há catalães que ficarão arruinados com a independência, pois perderão um mercado onde deixarão de ter protecção, há catalães que, fora da tutela centralista, expandirão os seus negócios. Há quem apenas aspire a uma independência cultural e à prevalência do  catalão – coisa que já acontece e que satisfaz plenamente uma parte da população. É um xadrez complexo.

No Portugal de 1640, o asco à presença castelhana estava generalizado, mas foi só quando os interesses dos poderosos foram afectados que a revolução eclodiu.-De uma coisa não pode duvidar-se: os catalães,  na sua esmagadora maioria, querem a independência. Mas sabemos que, em democracia, mandam as maiorias – cada cidadão um voto e que todos são iguais. Porém, como dizia, George Orwell, um amigo da Catalunha, «uns são mais iguais do que outros.

 

  http://aviagemdosargonautas.net

 

Sem comentários: