RAFAELA BURD RELVAS
As vendas de carros mantiveram a tendência de recuperação que se verifica desde 2013 e cresceram 24% no ano passado.
Os valores estão, ainda assim, longe da média das últimas duas décadas, sublinham as associações do setor. Num ano em que quase todas as marcas conseguiram aumentos percentuais de dois dígitos, o destaque vai para as marcas de luxo. À exceção da Aston Martin, todas conseguiram aumentar as vendas.
Ao todo, segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), venderam-se 213 645 automóveis no ano passado, dos quais 209 352 foram ligeiros (mais 23,9% face a 2014) e 4293 foram pesados (um aumento homólogo de 27,6%). "São valores superiores àquilo que se registou no ano passado, mas ficam muito aquém do que foi a média de vendas dos últimos 23 anos", aponta ao JN/Dinheiro Vivo Jorge Neves da Silva, secretário-geral da Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (Anecra). Comparando com o período de 1993 a 2015, os números do ano passado ficam 11,3% da média de carros vendidos nesses anos, refere o responsável.
Há três fatores a justificar o crescimento global de 24%. Primeiro, as vendas às rent-a-car, que representaram cerca de 30% do total de vendas. "Temos de imputar esse crescimento ao ano turístico, que foi muitíssimo bom", diz Jorge Neves da Silva.
Depois, o aumento do rendimento disponível das famílias, aliado ao crescimento da concessão de crédito. Por último, a melhoria do índice de confiança dos consumidores que se verificou no conjunto do ano passado.
Entre as marcas de luxo, os destaques vão para a Mercedes e a Jaguar. A primeira reforçou a quota de mercado, com uma subida de 31,7% nas vendas, para 14 951 ligeiros. No final de 2015, a marca tinha uma quota de 7,14%. Já a Jaguar vendeu 310 ligeiros, um aumento de 84,5% face ao ano passado, conseguindo aumentar a quota para 0,15%.
A Maserati, por seu lado, vendeu 30 carros (depois dos 13 em 2014), ultrapassando a Ferrari, que passou de 15 para 19 carros.
VW perde quota, mas pouco
Apesar do escândalo em que se viu envolvida, a VW manteve o segundo lugar das marcas mais vendidas, mas com um abrandamento no crescimento. A marca alemã vendeu 16 900 ligeiros de passageiros em 2015, mais 21,8%. Em 2014, tinha conseguido crescer 36,9%. Dezembro foi o pior mês: as vendas caíram 7,6%, para 1048 ligeiros de passageiros. "Não vou negar que houve alguma relação de causa/efeito. No entanto, felizmente, não se assistiu àquilo que podia ter acontecido", sublinha Neves da Silva
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