O CASO
ROSEMBERG
CASO ROSENBERG(THE ROSENBERG AFFAIR)
Julius e Ethel Rosenberg, casal de judeus norte-americanos, foram acusados no início da década de 50 de venderem aos soviéticos os segredos de fabricação da bomba atômica e muitas outras informações consideradas saltos tecnológicos-militares. Depois de um controverso julgamento, de vinte e seis apelações de clemência e diante de uma conturbada e confusa opinião pública mundial, eles se tornaram os únicos cidadãos civis dos EUA a serem executados por conspiração. Os Rosenbergs encontraram seus destinos na cadeira elétrica do presídio de Sing Sing sem nunca admitirem suas culpas, deixando grandes dúvidas quanto a idoneidade do julgamento e colocando em xeque todo o aparato judiciário americano. Um dos rascunhos de David Greenglass | O FIM DO PRINCÍPIO - A EXECUÇÃO Desde a década de cinquenta muitos livros foram escritos sobre o julgamento e execução do casal Rosenberg, mas o divisor de águas para esta estória surgiu com um artigo de Ronald Radosh com coautoria de Sol Stern, publicado em 1979 no The New Republic. Radosh, comunista apaixonado e muito atuante nos Estados Unidos, resolveu colocar a sua formação a serviço de sua ideologia (graduado e doutorado em história) e conceber um projeto de pesquisa a fim de realmente provar a inocência e limpar o nome dos Rosenbergs. À medida que se aprofundava em suas pesquisas concluía pela culpabilidade do casal. Além de contar com 2000 páginas do processo dos Rosenbergs, fez centenas de horas de gravações de entrevistas com expoentes de esquerda contemporâneos, que à época tinham orientação para ocultar as ligações de Julius, porém passados os anos resolveram liberar as informações verdadeiras. Atormentado, procurou conselho de seus amigos de esquerda para publicar um artigo sobre o assunto. Tal atitude foi gravemente repudiada por todos os seus amigos militantes. Radosh declara que mesmo antigos amigos deixaram de falar com ele por causa do artigo e sofrera ataques tanto do Governo quanto da esquerda americana que apoiava a inocência dos Rosenbergs. No centro deste último grupo estava o filho mais novo do casal, Michael Meeropol que o acusava de estar tentando desarticular completamente a esquerda Americana e resuscitar a “constelação de ideias” que levaram seus pais para a cadeira elétrica. Fuso de aproximação | O IRMÃO
No caso Rosenberg,
David Greenglass se tornou o estopim de uma tragédia familiar de proporções épicas. Desde o início David e sua esposa Ruth foram taxados pela promotoria, juiz e opinião pública como os grandes traidores, pois foram capazes de trair os próprios parentes próximos, segundo se afirmou, para salvar a própria pele. Após sua performance pública de três dias, David emergiu como grande vilão e morreu para o mundo; desapareceu das vistas públicas, cumpriu sua prisão e passou a viver sob pseudônimo o resto da vida.
O grande responsável
pela condenação se calou por muitos anos, contudo depois de quase 46 anos após a execução do casal, David resolveu falar ao jornalista Sam Robert, que há muitos anos estudava o caso. Desta entrevista reveladora surgiu, em 2001, o livro The Brother, the untold story of the Rosenberg case, o qual esclarece as últimas dúvidas sobre caso.
O irmão de Ethel jamais
quis a morte de sua irmã, pelo contrário, acreditava que cooperando com a justiça e o FBI, estaria salvando a vida de todos, da mesma forma que salvou a sua. Por outro lado, suas convicções de esquerda eram extremamente fracas e, fora da forte influência de Julius, encontrava-se arrependido do que fizera. Vendo o desmantelamento da rede de espionagem como a única forma de reparar o seu erro. Toda a sua família estava e permaneceu ao seu lado nesta decisão, consequentemente contrários a decisão de Ethel de continuar negando os fatos e levar tudo até a última consequência.
De fato, esquecendo-se
de que David foi um agente de espionagem, ele quase poderia ser considerado um herói que teve de passar por uma dura provação para reparar os danos decorrentes do vazamento dos segredos americanos para Moscou.
De sua parte, David fez
o possível para evitar a morte de sua irmã, mas ela estava decida a morrer pelos ideais (não muito claros) de Julius. David Greenglass | REFERÊNCIAS A TRADUÇÃO E DO MOTOR GOOGLEPARA PORTUGUÊS COMO SEMPRE UMA VERGONHAA ação Arquivo de Segurança Nacional eHistórico Associações Win para DavidGreenglass TestemunhoTentativa Federal decide juiz Against Governmentmanter Grand Jury registros secretosDocumentos propensos a mostrar Greenglassperjúrio e Ministério Público conduta irregular;Irmão testemunhou contra Irmã Ethel Rosenberg,salvou sua esposa
Postado - 19 de maio de 2015
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Guerra, os EUA emergiram como
única potência bélica e econômica
mundial e, ainda, com seu território
intacto. Por outro lado a URSS
recuperava-se heroica e vertiginosamente,
principalmente no campo bélico.
Era a esperança de equilíbrio de
forças da outra metade do Mundo,
era a Guerra Fria em pleno vapor.
Em fins da década de 40, o mundo
viu a sovietização do Leste Europeu,
o Bloqueio de Berlim e as intimidações
soviéticas à Grécia e à Turquia.
A esta última, os americanos
respondiam com a Doutrina
Truman, apoio econômico e
militar a estes dois países.
Em 1949 os comunistas liderados
por Mao Tsé-Tung tomaram poder
na China e os soviéticos detonaram
sua primeira bomba nuclear, graças
aos saltos tecnológicos extraordinários
proporcionados pela sua rede de
espiões no ocidente. Em 1950 começou
a Guerra da Coréia, a qual em três anos
mataria cerca de 35 mil norte-americanos.
Unidos era contagiado pelo vírus da
histeria anti-comunista, disseminado
a partir de fevereiro de 1950 por um
obscuro senador de Wisconsin,
Joseph R. McCathy.
britânicas prenderem Klaus Fuchs, alemão
naturalizado americano, e um dos cientistas
estrangeiros que acompanharam a
preparação e explosão da primeira bomba
atômica norte-americana. Fuchs era acusado
de repassar segredos militares americanos
aos soviéticos. Acionado o Federal Bureau
of Investigation (FBI), descobriu-se que
seu contato americano era Harry Gold na
cidade da Filadélfia. Preso, Gold logo
confessou que o responsável por lhe
passar informações secretas, era David
Greenglass, ex-sargento do Exército dos
Estados Unidos, que trabalhara no centro
de provas atômicas de Los Alamos.
FBI, em 15 de junho do mesmo ano,
em entregar todo o grupo às autoridades.
O grupo a que ele se referia era o cunhado
Julius Rosenberg e a irmã Ethel. Consta
do processo que Greenglass copiou
projeções e fez anotações sobre o
programa de pesquisa atômica dos
Estados Unidos, as quais foram entregues
aos soviéticos. Harry Gold, o correio de Fuchs,
cofessou ao FBI que recebeu instruções
do vice-consul da União Soviética em
Nova York, Anatoli Yakoviev, para procurar
David Greenglass com a senha “Venho em
nome de Julius”. Segundo David Greenglass,
ele e sua esposa haviam sido recrutados por
Julius Rosenberg que seria o principal gerente
desta rede de espionagem para os soviéticos.
agravou-se quando David afirmou ter
entregue os desenhos e anotações ao
seu cunhado Julius e que sua irmã, Ethel,
havia datilografado as anotações.
três homens bateram
à porta dos Rosenbergs e levaram
Julius preso.
Vinte e quatro dias depois chegou
a vez de Ethel ser presa.
Ambos resistiram e negaram totalmente as suas participações
no esquema de espionagem.
no dia seis de março de 1951,
com um júri formado por onze
homens e uma mulher. Muitas petições feitas
pelo advogado Emmanuel Bloch reclamando
de erros processuais foram firmemente
rejeitadas pelo juiz Irwing Kauffman.
A 5 de abril de 1951, o casal, que recusou
qualquer acordo para confessar o crime,
ouviu, de mãos dadas, a sentença que os
condenou à morte: “O crime que cometeram
é pior que o de assassinato. Acredito que a
conduta de ambos, colocando os segredos
da bomba atômica no poder da União
Soviética, alterou o curso da história, com
desvantagem para nosso país... ela causou... a
agressão comunista na Coréia, que resultou
na morte de pelo menos 50 mil pessoas e, quem
sabe, milhões de inocentes pagarão o preço de
suas traições”.
| Juiz Irwing Kauffman |
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL
que se calara nos primeiros
momentos do caso, logo partiu para a franca
defesa dos Rosenbergs,
denunciando como caso de anti-semitismo,
armação judicial e histeria
anticomunista. Foi criada a Comissão
Nacional por Justiça no
Caso Rosenberg, a qual publicava na forma
de opúsculo as cartas do casal,
causando grande comoção (o casal escreveu
um total de 568 cartas na prisão Sing Sing).
ao The New York Times
pedindo clemência para os Rosenbergs.
Próximo à execução, a Casa
Banca recebia milhares de cartas e
telegramas pedindo clemência ao casal.
Mal o presidente Dwight David Eisenhower
assumiu o cargo em janeiro de
1953, se deparou com o "presentinho" do
seu antecessor, Harry Truman:
o pedido de clemência dos Rosenbergs.
Em 16 de fevereiro, Eisenhower,
enfrentando todo o descontentamento
popular, negou oficialmente o pedido de
clemência.
de que o casal Rosenberg
fosse executado injustamente fez com que
aquele povo desenterrasse seus próprios
fantasmas.
Tocando fundo a psiquê nacional, relembraram
o Caso Dreyfus, comparando seu
próprio anti-semitismo, erros processuais
gritantes, intrigas e falsidades ocorridos
naquele caso com o que supunham estar
ocorrendo com o Caso Rosenberg.
Em novembro de 1952, l’affaire Rosenberg
ganhou status de escândalo
com a publicação de um artigo de Howard
Fast (membro do PC americano
e romancista renomado) no jornal
comunista l’Humanité. Fast denunciou o
fascismo em torno de Eisenhower e a histeria
anticomunista. No jornal de
esquerda Libéracion, Jean-Paul Sartre
qualificou a iminente execução dos
Rosenbergs de “linchamento legal, que
mancha de sangue toda a nação”.
3 de dezembro de 1952 foi fundado em
Paris a Comissão Internacional de
Defesa dos Rosenbergs.
de cabeça na defesa dos Rosenbergs,
praticamente obrigando o Papa Pio XII a
usar sua influência para barrar a execução.
Até na Inglaterra, cujo serviço secreto fora
o estopim da trama, as mobilizações
ocorreram, embora tardiamente.
indelével o
julgamento dos Rosenbergs:
emocional, o testemunho de David Greenglass
incriminando a irmã, Ethel Rosenberg, como
responsável por datilografar todos os
documentos
que seriam enviados para a União Soviética, e
o cunhado, Julius, responsável por gerenciar
uma rede de espionagem, causou uma profunda
impressão no júri. Se por um lado David
era visto como um monstro capaz de quebrar
os laços familiares para salvar a sua própria
pele, por outro dava uma credibilidade
inquestionável ao seu depoimento, demonstrando
um forte arrependimento por ter traído sua pátria.
O principal advogado de defesa dos
Rosenbergs,
Emmanuel Bloch, tentou uma manobra
(inexplicável) cujo "tiro saiu pela culatra".
Bloch solicitou que as provas técnicas,
compostas dos desenhos da lente
detonadora da
bomba atômica (feitos de memória por
David Greenglass) e 12 páginas descritivas
do seu
funcionamento, fossem impugnadas, para
não fornecer elementos secretos aos inimigos
da nação norte-americana, mesmo tendo
as referidas sido autorizadas, em caráter
excepcional para este julgamento, pela
Comissão Nacional de Energia Atômica.
Este ato somado ao depoimento do cientista
Walter Koski, o qual afirmou que os
desenhos eram aproximados o suficiente,
portanto úteis aos cientistas atômicos
soviéticos,
afetaria fortemente o ânimo dos jurados
no sentido de dar importância e
relevância a tais provas. O pedido de
impugnação das provas por parte da defesa
deixou o próprio promotor-chefe, Saypol,
confuso, pois ele acusaria com a certeza
de não dar aos réus qualquer possibilidade
de defesa, ou seja, provar que as informações
eram praticamente irrelevantes para o
esforço soviético. Este episódio deixaria
claro
para o júri que a defesa assumia, assim, que
seus clientes passaram informações
secretas, relevantes e de extrema
importância estratégica para os soviéticos.
excessivamente a 5° Emenda Constitucional,
ou seja, negar-se a responder para evitar
constituir prova contra si, foi uma tática
utilizada incontáveis vezes tanto por Julius
quanto por Ethel Rosenberg, quando
questionados sobre assuntos que se
referissem as suas participações no partido
comunista.
Esta prática não pode realmente ser
levada em consideração para incriminar
o réu,
contudo o efeito sobre os jurados naquele
momento foi diametralmente oposto, pois a
cada recusa e invocação a quinta Emenda
um grande golpe era dado na confiança e
credibilidade tanto pessoal (dos réus)
quanto do próprio Partido Comunista
Americano.
Assim, descartar o Partido Comunista do
enredo invocando a 5° Emenda, fazia
parecer cada vez mais que era uma tentativa
de apagar a real vontade dos réus de passar i
nformações secretas aos comunistas, o que nem
era objeto do julgamento, pois eram
acusados de conspirar para espionar para uma nação
estrangeira, independente do regime desta.
em março de 1951 agora tinha data
para ser executada,
19 de junho de 1953.
Dias antes, milhares de manifestantes se organizavam
para tentar
comover o Presidente Eisenhower.
Na quinta-feira, 18 de junho, cerca
de 900 manifestantes
partiram de Nova York, num
trem especialmente alugado,
com destino à Casa Branca,
engrossando, assim a vigília
promovida pela Comissão Nacional
por Justiça no Caso Rosenberg.
da pele quando dois dias antes da data
marcada um grupo
e jornalistas recebeu a informação de que
o juiz William
Douglas decidiria sobre uma importante
liminar no caso
Rosenberg. O advogado Fyke Farmer levantou
a seguinte questão a ser apreciada em liminar:
a Lei de Energia Atômica aprovada em 1946
poderia mesmo ser aplicada em crimes
cometidos
em 1944 e 1945? Farmer sustentava que
sim, pois a
conspiração descrita na denúncia prosseguira
nos anos de pós-guerra. Desta forma
os Rosenberg teriam sido julgados por uma
lei errada, a
Lei de Espionagem de 1917, a qual deveria
ter sido substituída pela Lei Atômica de 1946.
Isso dava a vantagem de que esta segunda
lei só permitia a pena de morte se a
promotoria
pudesse provar que os réus tinham
deliberadamente
pretendido prejudicar a defesa nacional.
quando os advogados Fyke Farmer e Daniel
Marshall
se deixavam fotografar juntos, o oficial da
Suprema Corte, Harold Willey, anunciou a
sentença
de Douglas: Liminar concedida!
informação chegou às multidões em frente
ao prédio da
Suprema Corte e da Casa Branca.
No presídio
de Sing Sing, o diretor, Wilfred Denno,
divulgou
pelo sistema de auto-falante.
Frederick Vinson, presidente da Suprema
Corte, ao
tomar conhecimento da liminar, convocou
o tribunal em sessão especial para o dia
seguinte,
a fim de analisar e votar a liminar.
anunciou a negação do pedido de adiamento
da execução.
A execução estava mantida para as 23 horas
daquele dia. Cerca de 5 mil pessoas se
aglomeraram na
Union Square em Nova York para protestar
contra a execução. Como última tentativa
Bloch
redigiu um último apelo de clemência ao
presidente; partiu às pressas para a Casa
Branca,
tentou entregar o pedido ao ajudante-de-ordens
do presidente, Sherman Adans, ou ao secretário de
Imprensa, James Hagerty; sem obter êxito, deixou
o pedido, junto com uma carta de Ethel, na portaria.
Eisenhower foi implacável ao negar o pedido. Numa
ação desesperada os advogados de defesa
apresentaram ao juiz Kaufman a alegação de que
não seria certo que os condenados morressem
durante o Sabá, quando os judeus ortodoxos evitam
qualquer atividade desnecessária.
Não podendo mais protelar a execução decidiu-se antecipar
para pouco antes do por do sol do dia
19, exatamente às 20:00h, portanto antes do início do Sabá.
alguns momentos juntos
antes da execução. Ethel escreveu a última
carta para seus filhos, a qual trazia como
última frase
antes da despedida o seguinte:
“Lembrem-se sempre de que somos inocentes e não poderíamos
violentar nossa consciência.” Não é difícil
imaginar o efeito destas palavras nas cabecinhas de
Robert, 6 anos, e Michael, 10 anos. E a força com que isto
alimentaria suas lutas por justiça e
para limpar o nome da família no futuro.
Nas últimas horas no seu pequeno cubículo
(4x2m) J
ulius guardou todos os seus pertences e fez
seu testamento, dando a guarda de seus
filhos a Emmanuel Bloch, principal advogado de sua
defesa; deixou aí também um apelo dramático:
“Jamais permita que mudem a verdade de nossa inocência”.
Às 20:01h a multidão amontoada
em vigília na Union Square recebe a notícia
da execução de Julius. Não havia mais
esperança!
Chegou a hora do rabino Irving Koslowe
acompanhar Ethel a sala de execução.
Ele clamou para que ela dissesse alguma
coisa que suspendesse a execução; um nome,
um fato,
qualquer coisa. Mas Ela, impassível, respondeu apenas
que nada sabia, que era inocente.
Seguiu impassível para câmara de execução e
cadeira elétrica. Às 20h11min30s Joseph Francel,
o executor, acionou a primeira descarga elétrica.
Três descargas de 2000 volts; mas quando
da inspeção médica ela ainda estava viva.
Mais duas descargas e às 20h16min ela estaria morta.
O pôr do Sol anunciava o Sabá.
de Nova York desde
1889, eletrodos embebidos em água
salgada são colocados na cabeça do
condenado, então é aplicada um descarga elétrica de 2000
volts por três segundos, seguidas de mais
duas descargas de um minuto.
Um capuz colocado na cabeça poupa os espectadores da
visão das convulsões durante as descargas elétricas.
o funeral do casal.
Manny Bloch, advogado que acompanhou o caso desde o
início e tentou os pedidos de
clemência junto ao presidente fez um
discurso feroz acusando Eisenhower,
o Secretário de Justiça e o chefe do FBI, J. Edgar Hoover.
Julius e Ethel a negarem-se a
possibilidade de terem suas penas
comutadas para prisão e poderem
criar seus filhos? Aos olhos de
muitos, principalmente de seus
filhos, apenas uma forte
convicção na
inocência os faria negar um
acordo de confissão, deixando-se
fritar na cadeira elétrica e
abandonando suas crianças órfãs
de pai e mãe. Um sentimento de
crueldade assolou os EUA, e no
mundo todo pairou uma nuvem
negra de injustiça e falta de
clemência. Décadas passariam
com a questão Rosenberg
desenterrada de tempos em
tempos e martelando nossas
consciências. Teriam os EUA
cometido a maior injustiça de sua
história? Quem tinha a resposta?
e início da de 80, os filhos do casal,
Michael e Robert, militaram ferozmente
pelo direito de reverem todas as
peças do processo que executou
seus pais, numa tentativa hercúlea
de limpar o nome da família e desfazer uma
suposta injustiça que durava décadas.
o seu projeto, tendo acesso a
cerca de 200.000 páginas de documentos
tornados públicos a partir de julho de
1975 por diversas agências, como
FBI, CIA e Department of the Navy,
em decorrência doFreedom of Information Act
(Lei de Liberdade de Informações).
Em decorrência dessa extensa pesquisa
surgiu, em 1983, o livro The Rosenberg file,
a search for the truth; escrito por Ronald Radosh
em parceria com Joyce Milton. Assim, concluía
sem sombra de dúvidas que Julius havia sido
um espião da União Soviética e que Ethel não só tinha
conhecimento como participava das ações.
Por este brilhante
trabalho de pesquisa Radosh foi
brutalmente atacado pela
esquerda, pela imprensa, pelas universidades
e pelas editoras.
Viu-se desempregado e com
dificuldades para se manter.
O mundo não estava
pronto para admitir que os
Rosenbergs poderiam ser
realmente espiões e que o governo americano
não havia cometido a maior
injustiça judiciária de
sua história.
chegou a seis conclusões:
papel importante
na rede de espionagem soviética
e passouinformações àquele país,
que acreditava ser
de grande relevância sobre a bomba atômica;
anteriormente segredos atômicos
aos soviéticos e os desenhos
fornecidos por David Greenglass
confirmavam as informações
anteriores;
se envolvido profundamente no serviço
de espionagem, tinha conhecimento
destas atividades e datilografou diversas
páginas de informações;
de Ethel Rosenberg, mas forçou a
promotoria a exagerar seus atos a
fim de pressionar Julius a
colaborar;
os Rosenbergs eram altamente
questionáveis e provavelmente
falsas (neste caso verificou-se
anos mais tarde que a estória
não era bem assim, pois existiam
evidências sólidas, contudo ainda
não podiam ser dadas a
conhecimento público por uma questão de
segurança nacional);
(da KGB ao FBI, passando-se pelos
defensores) ariscaram francamente
a vida dos dois a fim de defenderem seus
interesses particulares.
completamente confirmadas para o público
geral com a divulgação pelo Governo
Americano das chamadas Mensagens Venona
em julho de 1995.
informação, National Security
Agency (NSA), dedicou dezenas
de anos ao árduo trabalho
de tentar decodificar as
mensagens enviadas
para KGB em Moscou. Com seu
mais importante projeto,
denominado Venona, possibilitou
a tradução de várias
mensagens criptografadas graças
a um livro de códigos
soviético encontrado pelos
finlandeses em 1941 e remetido
aos americanos em 1945. Os
especialistas da NSA foram
capazes
de decifrar mensagens secretas
endereçadas à sede da KGB entre
1943 e 1945. Venona permitiu
identificar as atividades do casal
Rosenberg, mas o governo americano
não poderia deixar que
o governo soviético soubesse da
operação que estava em curso.
Por isso nenhuma mensagem
descodificada sobre os Rosenbergs
foi fornecida ao tribunal que os
condenou, dificultando o trabalho
do juiz e dos jurados, confrontados
com provas apenas circunstanciais.
Graças à manutenção deste segredo foi
possível identificar outros espiões que
revelaram os segredos da bomba
americana à URSS (Klaus Fuchs, Nunn May,
Bruno Pontecorvo) e neutralizar alguns espiões
soviéticos de primeira importância, entre eles
Burgess e Maclean, do grupo de Cambridge.
O casal morreu na cadeira elétrica jurando
inocência e comovendo o mundo, no entanto, os
documentos divulgados pela NSA em 12 de julho
de 1995 (confirmados em fevereiro de 1996
por um general russo da reserva) mostraram
que Julius Rosenberg era o chefe de uma importante
rede de espionagem que trabalhava para a URSS
sob o pseudônimo Antenna - Liberal. Além disso,
uma mensagem de 27 de novembro de 1944 provou
que Ethel estava a par das atividades de seu marido.
Outras mensagens sugerem que os Rosenbergs
trabalhavam no recrutamento de novos espiões.
Consulte as mensagens Venona nos endereços oficiais abaixo:
Rosenberg parece estar totalmente esclarecido
e resurgem novas questões,
sempre pretendendo limpar o
nome Rosenberg e acabar com o
rótulo de espiões ou traidores.
Mesmo com a liberação, por parte
do Governo Americano, das
mensagens Venona, os irmãos
Michael e Robert Meeropol-Rosenberg
teimaram em discordar, duvidando
da veracidade de tais mensagens
interceptadas. Acusaram o FBI e CIA
de criarem estas provas para justificar
o julgamento e execução de seus pais
em 1953. Segundo estes, as mensagens
Venona não dizem nada, embora digam tudo!
Sendo assim, por mais que se saiba sobre
o caso sempre paira uma nova dúvida.
Atualmente Robert defende a total inocência
de sua mãe, já que as provas contra Julius
são totalmente irrefutáveis há mais de
duas décadas.
uma parte da estória de
espionagem soviética veio à tona.
Alexander Feklisov, importante
membro da KGB e responsável
por uma significativa rede de
espiões nos Estados Unidos e
Reino Unido, resolveu falar
publicamente sobre suas
atividades naquele período.
Suas primeiras revelações foram
ao ar num programa da Discovery
Channel em 1997. Talvez esta
experiência o tenha incentivado a
publicar suas memórias, onde
finalmente pôs a descoberto
alguns círculos de espionagem da
antiga União Soviética nos Estados
Unidos. Feklisov trabalhou no Consulado
Soviético em Nova York entre 1941 e 1946.
Lá recebeu a missão de seu superior,
Anatoly Yatskov, de promover o
recrutamento de espiões militares
e industriais contra os EUA.
Feklisov defende Julius Rosenberg por
seu trabalho em prol do estado soviético,
alegando que as informações com valor
militar ajudaram à defesa da União Soviética
e do Comunismo) contra a ameaça nazista
e, em posterior análise, detalhes da bomba
atômica garantiram aos cientistas soviéticos
o rápido desenvolvimento desta
(aliás baseadas detalhadamente nos
protótipos americanos).
Segundo declara Feklisov em sua
biografia, ele mantinha encontros com Julius,
a quem chamava de Libi (seu codinome
era oficialmente Liberal), de frequência
semanal, chegando a ter um total de
aproximadamente 50 encontros, nos quais
Julius o entregava de 600 a 1000 páginas
de material sensível.
Além dos Rosenbergs, também Joel Barr,
Albert Sarant e William Perl faziam parte
da rede de espionagem sob sua responsabilidade,
todos foram aliciados por Julius por terem
amizades do tempo de escola e serem
simpatizantes do comunismo soviético.
tenha produzido algum material
sobre a bomba atômica (vindo das mãos de
David Greenglass) este era de pouco valor,
por outro lado, as
informações relativas ao
desenvolvimento de outros
equipamentos como radar,
infravermelho, sonar, além de
dados completos do caça à jato
P-80 Shooting Star eram de valor
inestimável e economizaram
muitos milhões de dólares para a URSS.
Exemplo chocante disso está no
presente de Natal de 1944 que
Julius entregou a Feklissov, o
Fusível de Aproximação, elemento
essencial para contrabalançar a
guerra aérea, pois com ele o
projétil da artilharia explodiria
próximo do alvo (e não ao contato),
garantindo a eficácia de seus fragmentos
e que o mesmo não se perdesse caso
não atingisse o alvo em cheio.
Julius não entregou anotações ou
manuais somente, entregou o
próprio dispositivo funcionando para
que os soviéticos estudassem e
adaptassem para sua anti-aérea.
Este presentinho roubado havia
custado cerca de um bilhão de
dólares em desenvolvimento ao
governo americano.
responsável por recrutar Morton
Sobell, engenheiro pesquisador
da General Eletric, responsável
por subtrair quarenta pesquisas
completas, representada por
milhares de páginas de textos e
desenhos sobre sonares, raios
infravermelho, dispositivos de
artilharia e as primeiras informações
sobre mísseis teleguiados.
Sobell também fora descoberto
e julgado junto com os Rosenbergs,
sendo condenado a trinta anos de
prisão.
duvidou-se que Julius Rosenberg
fosse realmente espião soviético,
atribuindo-se ao caso uma histeria
macartista amparada por fraudes e
erros processuais. A despeito das
reais fraudes e erros que possam
ter ocorrido no processo, Julius
Rosenberg foi realmente um espião
muito produtivo para a União
Soviética e infringiu graves
prejuízos na hegemonia americana
do pós-guerra. Quanto a Ethel
Rosenberg, não há como negar que
ela era conhecedora, no mínimo,
de todas as atividades do marido,
portanto sendo justo seu
julgamento como conspiradora.
No entanto, também não se pode
negar que sua pena fora
injustamente pesada e fruto de
uma pressão para que Julius
confessasse, já que sua
contribuição fora bastante
limitada.
definido como duas estratégias
opostas que deram errado.
Como numa queda de braço;
de um lado os Rosenbergs
negavam sua culpa na esperança
de sensibilizar a opinião pública,
única capaz de brecar a execução
àquele momento. Conseguiram
mobilizar multidões, mas não
brecaram a execução. Do outro
lado, a justiça americana
(pressionada pelos sistemas de
informações) forçava a
condenação quase injusta de
Ethel a morte para fazer com que
Julius confessasse.
Na cela de execução foi colocado
um interfone para que pudessem
confessar até o último momento,
necessitando apenas retirar o
aparelho do gancho e falar.
Para que toda a história tivesse
outro desfecho bastava que os
dois lados cedessem um pouco e
todos sairiam vencendo; o casal
não morreria e logo a culpa deles
viria inegavelmente à tona.
Contudo a queda de braço
prosseguiu de forma irracional e
ambos os lados perderam.
Os Rosenbergs mantiveram suas
alegações de inocência e foram
executados. A execução por sua
vez foi um terrível golpe na
credibilidade do sistema judicial
americano e, em última análise,
no próprio governo; levando a
cabo uma condenação
excepcionalmente pesada e
amparada em provas apenas
circunstanciais.
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| TRADUÇÃO GOOGLE A chave testemunho júri grande em causa na vitória de hoje vem do irmão de Ethel Rosenberg, David Greenglass, que se opôs a qualquer lançamento de seu testemunho em 2008, quando o Arquivo e as associações históricas venceu a abertura de quase todas as outras declarações de testemunhas perante o grande júri, incluindo os de Julius e Ethel Rosenberg. O lançamento em 2008 "lançar dúvidas significativas sobre a carga da acusação chave usada para condenar Ethel Rosenberg no julgamento e sentenciá-la à morte." Registros do FBI apoiou o caso de dúvida, e mostrou David, e sua esposa Ruth, esperou até que apenas dez dias antes de julgamento de informar que Ethel digitou as informações obtidas a partir de David seu trabalho no Los Alamos para passar a Julius Rosenberg. Esta omissão levantou questões a respeito de porque Greenglass não relatar o comportamento traiçoeiro de Ethel anteriormente. Fotos da polícia de Julius e Ethel Rosenberg (Fonte: Exposições do expediente do caso Julius e Ethel Rosenberg, 1951/03/13 - 1951/03/27) Greenglass, que justifica fornecendo falso testemunho contra sua irmã, a fim de proteger sua esposa Ruth por seu papel menor na conspiração, morreu em outubro passado com a idade de 92. O lançamento do Greenlass grande testemunho júri venceu na decisão de hoje provavelmente vai verificar se ele cometeu perjúrio, com a cumplicidade de o Ministério Público, para salvar sua esposa. Esta decisão também disponibilizará o grande testemunho júri de Max Elitcher, um amigo Rosenberg que manteve Julius tentou recrutá-lo como um espião. Juntamente com o Archive, os peticionários incluíram a American Historical Association, a Sociedade Americana de História do Direito, a Organização dos historiadores americanos, a Sociedade Americana de Arquivistas e jornalista Sam Roberts, autor de uma biografia de Greenglass. Representando os peticionários foram professor de Georgetown University Law Center David C. Vladeck e Debra L. Raskin do escritório de advocacia de Nova York Vladeck, Waldman, Elias & Engelhard, que também é autora dos 2.008 petições originais que abriu os registros Rosenberg grande júri anteriores. |








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