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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

CIVILIZAÇÕES AFRICANAS (5) - REINO DE OYO - O Reino de Oyo ou Império de Oyo (c. 1400 - 1835) foi um império da África Ocidental onde é hoje a Nigéria ocidental.


Reino de Oyo


Reino de Oyo ou Império de Oyo (c. 1400 - 1835) foi um império da África Ocidental onde é hoje a Nigéria ocidental. 




A cidade histórica de Oyo teria sido fundada nos inícios do século XIII. Até o século XV, Oio foi apenas uma cidade-estado ioruba entre muitas outras. Chegou até mesmo ser dominada, por algum tempo pelo Nupes. Oyo separada das costas do golfo de Guiné pela grande floresta, localizava-se no centro dos territórios que se convencionou chamarem de Iorubalândia.

Tornou-se um império por volta do século XV e cresceu para se tornar um dos maiores estados do Oeste africano encontradas pelos exploradores coloniais.

Quando ela completou sua expansão territorial, seu poder abarcava regiões que iam do vale do Níger até as atuais fronteiras de Benin.
Estes territórios constituíam o coração do Estado de Oyo. A expansão Ioruba rumo ao oeste assumiu importância relevante.

Aumentou a preeminência da riqueza adquirida através do comércio e da sua posse de uma poderosa cavalaria. O império de Oyo foi o estado mais importante politicamente na região de meados século XVII ao final do século XVIII, dominando não só outras monarquias Yoruba nos dias atuais Nigéria, República do Benim, e Togo, mas também outras monarquias africanas, sendo a mais notável o reino Fon do Dahomey localizado no que é hoje a República do Benim).

Origem

O segundo príncipe do Reino Yoruba de Ile-Ife também conhecida como Ifé, Oranyan (também conhecido como Oranmiyan), fez um acordo com o irmão de lançar uma incursão punitiva sobre os seus vizinhos do norte por insultar seu pai Oba (rei) Oduduwa, o primeiro Ooni de Ifé. No caminho para a batalha, os irmãos brigaram e o exército foi dividido. A tropa de Oranyan não era suficientemente grande para fazer um ataque com êxito, então eles vagaram a costa sul até chegar Bussa. Foi lá que o chefe local recepcionou-o e forneceu-lhe uma grande serpente com um encanto mágico amarrado à sua garganta. O chefe orientou Oranyan para acompanhar a cobra até que ela pare em algum lugar por sete dias e desapareça no solo. Oranyan seguiu os conselhos e fundou Oyo onde a serpente parou. O local é lembrado como Ajaka. Oranyan fez de Oyo seu novo reino e tornou-se o primeiro 'oba' (significando 'Rei' ou 'Imperador' na língua yoruba) com o título de 'Alaafin de Oyo' (Alaafin significa 'dono do palácio' em Yoruba), deixando todos os seus tesouros em Ife e permitindo que um outro rei chamado Adimu reinasse ali.

Organização

O Poderio de Oyo devia-se a sua grande força militar. A Aristocracia guerreira ioruba possuía o monopólio das armas e da cavalaria. No apogeu do reino ela dedicava-se principalmente à caça de cativos. O Poder ioruba se encontrava nas mãos do Alafin, que tinha sua autoridade restringida por um conselho (ogboni) de dignitários (oyo missi). O ogboni votava a guerra e a paz, supervisionava a justiça, o comércio, a grande obra, elegia ou destituía o Alafin, e neste caso, impunha-lhe o suicídio.

Breve período

Oranyan, o primeiro Oba (rei), de Oyo, foi sucedido pelo Oba Ajaka, Alaafin de Oyo. Este Oba foi deposto, porque ele era desprovido da força militar Yoruba e permitiu demasiada independência a seus sub-chefes. A liderança foi então conferida ao irmão de Ajaka, Sango (também escrito como Shango, também conhecido em várias partes do mundo como Xangô, Chango, Nago Shango e Jakuta) que mais tarde foi divinizado como a deidade dos trovões e relâmpagos. Ajaka foi reabilitado após a morte de Sango. Ajaka retornou ao trono pronto para a luta e profundamente tirano. Seu sucessor, Kori, conseguiu conquistar o resto do que mais tarde os historiadores referem-se como Oyo metropolitana.

Oyo-Ile

O coração da Oyo metropolitana foi a sua capital em Oyo-Ile, (também conhecida como Katunga ou Velho Oyo ou Oyo-oro). As duas estruturas mais importantes em Oyo-Ile foram o 'afin' ou o palácio do Oba e o seu mercado. O palácio esteve no centro da cidade perto do mercado do Oba chamado 'Oja-oba'. Ao redor da capital havia uma alta muralha feita de terra para defesa, com 17 portas. A importância das duas grandes estruturas (o palácio e o Oja Oba) significou a importância do rei em Oyo.

Ocupação Nupe

Oyo cresceu com uma força interior formidável, até o final do século 14. Durante mais de um século, o estado Yoruba tinha se expandido à custa dos seus vizinhos. Depois, durante o reinado de Onigbogi, Oyo sofreu derrotas militares nas mãos dos Nupes conduzidos por Tsoede. Por volta 1535, os Nupes ocuparam Oyo e forçaram sua sentença da dinastia refugiar-se no reino de Borgu. Os Nupes continuaram saqueando a capital, destruindo Oyo como uma potência regional até o início do século 17.

Período imperial

Oyo atravessou um interrugnum de 80 anos como uma dinastia exilada depois da sua derrota pelos Nupes. Oyo reemergiu então, mais centralizado e expansivo do que nunca. Não estariam satisfeitos simplesmente com a retomada de Oyo, mas com o estabelecimento do seu poder ao longo de um vasto império. Durante o século 17 Oyo começou um longo intervalo de crescimento, tornando-se um grande império.

Necessitando de uma passagem para o mar, a fim de escoar seus cativos, Oyo impôs, na metade do século XVII, sua autoridade sobre diversos pequenos estados da costa marítima do atual Benin: Savi, Jaquin, Porto-Novo, etc. Estes pequenos estados, com significativo destaque no comércio negreiro, foram continuamente disputados por outros estados escravizadores.

Oyo nunca abrangeu todos os povos de língua yoruba, mas ele foi, de longe, o mais populoso reino na História Yoruba.

Reconquista e expansão

Adotando um exemplo de seus inimigos Tapa ou Nupe, os Yorubas rearmaram-se não só com armadura mas com cavalaria. Centralizaram mais o seu governo e tornaram-se uma grande força militar.

Oba Ofinran, Alaafin de Oyo, conseguiu recuperar a Oyo original do território dos Nupe. Uma nova capital, Oyo-Igboho, foi construída, e a original ficou conhecida como Old Oyo (Velha Oyo). O próximo Oba, Egonoju, conquistou quase todos de Yorubaland (Território Yoruba). Depois disto, Oba Orompoto conduziu ataques destrutivos a Nupe para garantir que Oyo nunca fosse ameaçado por eles novamente. Durante o reinado de Oba Ajiboyede foi o primeiro Bere festival, um evento que conservaria muita significação entre os Yoruba depois da queda de Oyo. E foi com o seu sucessor, Abipa, que os Yoruba foram finalmente obrigados a repovoar Oyo-Ile e de reconstruir a capital original. Apesar de uma tentativa falha de conquistar o Império de Benin no passado entre 1578 e 1608, Oyo continuou a expandir-se. Os Yoruba deram autonomia ao sudeste da metropolitana Oyo onde as áreas dos não-Yoruba poderiam funcionar como um divisor entre Oyo e Benin Imperial. Até o final do século 16, os estados Ewe e Aja da moderna Benin foram pagadores de tributo à Oyo.

Tráfico Negreiro

Oyo, reorientou suas atividades e passou a priorizar o tráfico negreiro, atividades agrícolas e artesanais decresceram. A Aristocracia militar organizou um exército profissional que se dedicava à caça e a captura de cativos. Os conflitos começaram a surgir entre os poderes do reino ioruba, conflitos também entre camponeses e a aristocracia. Na segunda metade do século XVIII, negreiros da costa do atual Benin controlavam o comércio escravista da região.

As guerras Dahomey

O revigorado Império de Oyo começou incursões em direção ao sul, em meados de 1682. Até o final de sua expansão militar, as fronteiras de Oyo atingiriam aproximadamente 200 milhas para o litoral sudoeste da sua capital. Encontrou muito pouca oposição séria, depois do seu fracasso contra o Benin, até o início do século 18. Em 1728, o Império de Oyo invadiu o Reino de Dahomey em uma grande e amarga campanha. A força que invadiu Dahomey foi inteiramente composta de cavalaria. Dahomey, por outro lado, não possuía cavalaria, mas muitas armas de fogo. Essas armas de fogo se revelaram eficazes assustando os cavalos da cavalaria de Oyo e impediu-lhes a carga. O exército de Dahomey também construiu fortificações como trincheiras, que forçaram o exército de Oyo a lutar como infantaria. A batalha durou quatro dias, mas os Yoruba foram conseqüentemente vitoriosos depois que os seus reforços chegaram. Dahomey foi obrigado a pagar tributo para Oyo depois da vitória muito desputada. Este não seria o combate final, contudo, e os Yoruba invadiriam o Dahomey um total de sete vezes antes de que a pequena monarquia fosse totalmente subjugada em 1748.

Decadência

No início do século XIX seguinte havia decaído muito o poder de Oyo. Cidades ficaram independes do poder do Alaafin e o reino deixou de existir. Enquanto o reino decaia, os territórios iorubas passaram a ser cobiçados, passaram de desapiedados caçadores a cativos. Nesta época registra uma grande entrada de iorubas no Brasil, fins do século XVIII e início do XIX. Efetivamente, os emirados sudano-nigerianos surgidos com a ofensiva muçulmana de Osman Dan Fódio pressionavam os territórios centrais do Estado de Oyo.

Tentando defendê-los, o Alaafin era obrigado a desproteger as regiões periféricas do reino. Estados escravizadores ocidentais aproveitaram da situação e lançaram-se sobre os diversos povos do reino (egba, egbabo, sabe, eketu, etc.), que foram escravizados e embarcados para as Américas nos portos de Ouidah, Cotonu e outros.

Os primeiros iorubas chegados ao Brasil eram de origem das províncias ocidentais mais distantes, no sul e no centro do atual Benin. Pertenciam fundamentalmente ao grupo Nagô ou Nagonu. Estes povos se teriam estabelecido no atual Benin por volta do século XVI. O povo Fon costumava designar por nagôs estes e todos os povos iorubas. A administração francesa e, através dela, as portuguesas persistiram na incorreção. Devido a isto, os iorubas chegados ao Brasil foram conhecidos, nos séculos XVIII e XIX, como nagôs.


Fontes: Wikipédia / Prefeitura de Barra Mansa

civilizacoesafricanas.blogspot.pt



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