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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quercus pendura sacos de plástico em frente do Parlamento Estendal da Quercus à pronta da AR Um estendal de 466 sacos plástico foi pendurado esta manhã à porta da Assembleia da República, em Lisboa, numa ação da Quercus que assim assinala o Dia Internacional sem Sacos Plástico e pretende chamar a atenção dos deputados para as consequências ambientais da utilização de sacos descartáveis.

Quercus pendura sacos de plástico em frente do Parlamento


Estendal da Quercus à pronta da AR

Um estendal de 466 sacos plástico foi pendurado esta manhã à porta da Assembleia da República, em Lisboa, numa ação da Quercus que assim assinala o Dia Internacional sem Sacos Plástico e pretende chamar a atenção dos deputados para as consequências ambientais da utilização de sacos descartáveis.
Segundo explica Carmen Lima, da Quercus, à Lusa, o grupo de ambientalistas quer alertar os deputados para o problema ambiental e económico da utilização de sacos de plástico, e propõem a suspensão gradual da sua oferta nas lojas.
"Vamos apresentar a todos os grupos parlamentares da AR um parecer sobre o uso excessivo dos sacos de plástico e uma proposta para legislar a redução da distribuição gratuita dos sacos descartáveis no grande e pequeno retalho", avançou.
Carmen Lima explicou que esta "não é uma proposta radical e o objetivo é que no prazo de quatro anos se vá reduzindo gradualmente até a total suspensão da distribuição gratuita de sacos descartáveis", para que haja adaptação da parte dos clientes já habituados à oferta nas lojas.
A Quercus propõe para o grande retalho metas de diminuição da oferta de sacos e a aplicação de campanhas de sensibilização aos clientes sobre "os problemas do uso excessivo de sacos descartáveis e a necessidade de educar e adotar novamente hábitos mais sustentáveis, de optar por sacos reutilizáveis e trazer sacos de casa".
As estimativas apontam para que cada português utilize cerca de 466 sacos descartáveis por ano, uma média que desce para 198 no total da Europa.
Um trabalho da Faculdade de Ciências e Tecnologia concluiu que 97% da poluição marinha corresponde a resíduos de plástico e destes 27% são elementos que incluem fragmentos de sacos de plástico descartáveis, que permanecem na natureza até 500 anos e, ao dividir-se em pequenos fragmentos, são confundidos com alimentos pelos animais que os ingerem.
"É um problema grave que está a tomar proporções muito elevadas, a nível ambiental e na economia", pois as zonas costeiras, como as praias, também registam uma grande contaminação por plástico, o que tem impactos, por exemplo, no turismo, defendeu Carmen Lima.
Para a Quercus, as lojas devem decidir as medidas para substituir a oferta de sacos, do uso de sacos reutilizáveis ou de papel, à instalação de eco-caixas (que não oferecem sacos) ou a aplicação de uma taxa por cada saco.
Na Europa, enquanto a Irlanda suspendeu a distribuição gratuita de sacos, a França anunciou ir seguir o mesmo caminho, a Itália substituiu os descartáveis por biodegradáveis, Espanha deixa ao cliente a opção de escolha do material, em quatro possibilidades.
O PS e Os Verdes apresentam propostas para reduzir os sacos de plástico e promover a reutilização, com os socialistas a defender um sistema de desconto mínimo sobre o preço dos produtos vendidos ao consumidor, não inferior a 0,05 euros (cinco cêntimos), por cada cinco euros de compras, quando o cliente prescindir dos sacos de plástico gratuitos.
Os Verdes recomendam ao Governo que defina metas "significativas" para a redução da utilização de sacos, que não deve ficar abaixo de 80% nos próximos cinco anos.
Em meados de abril, o Parlamento Europeu aprovou medidas no sentido de reduzir, em pelo menos 80%, a utilização de sacos de pláscio até 2019.

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