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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Sabem que dia é hoje? Dia Mundial do Orgasmo Quem não gostar, pode celebrar o Dia Nacional do Pleonasmo


Momentos especiais




Sabem que dia é hoje?
Dia Mundial do Orgasmo
Quem não gostar, pode celebrar o Dia Nacional do Pleonasmo


cronicasdorochedo.blogspot.pt


VEJA ABAIXO





Já pleonasmou hoje? Então de que está à espera?


Todos os portugueses (ou quase todos) sofrem de “pleonasmite”, uma doença congénita para a qual não se conhecem nem vacinas nem antibióticos. Não tem cura, mas também não mata. Mas, quando não é controlada, chateia (e bastante) quem convive com o paciente.
O sintoma desta doença é a verbalização de pleonasmos (ou redundâncias) que, com o objectivo de reforçar uma ideia, acabam por lhe conferir um sentido quase sempre patético.
Definição confusa? Aqui vão quatro exemplos óbvios: Subir para cimadescer para baixo, entrar para dentro e sair para fora.
Já se reconhece como paciente de pleonasmite? Ou ainda está em fase de negação? Olhe que há muita gente que leva uma vida a pleonasmar sem se aperceber que pleonasma a toda a hora.
Vai dizer-me que nunca recordou o passado? Ou que nunca está atento aos pequenos detalhes? E que nunca partiu uma laranja em metades iguais? Ou que nunca deu os sentidos pêsames à viúva do falecido?



Atenção que o que estou a dizer não é apenas a minha opinião pessoal. Baseio-me em factos reais para lhe dar este aviso prévio de que esta doença má atinge todos sem excepção.
O contágio da pleonasmite ocorre em qualquer lado. Na rua, há lojas que o aliciam com ofertas gratuitas. E agências de viagens que anunciam férias em cidades do mundo. No local de trabalho, o seu chefe pede-lhe um acabamento final naquele projecto. Tudo para evitar surpresas inesperadas por parte do cliente. E quando tem uma discussão mais acesa com a sua cara metade, diga lá que às vezes não tem vontade de gritar alto: Cala a boca!?
O que vale é que depois fazem as pazes e vão ao cinema ver aquele filme que estreia pela primeira vez em Portugal.
E se pensa que por estar fechado em casa ficará a salvo da pleonasmite, tenho más notícias para si. Porque a televisão é, de certeza absoluta, a principal protagonista da propagação deste vírus.
Logo à noite, experimente ligar o telejornal e verá com os seus próprios olhos a pleonasmite em directo no pequeno ecrã. Um jornalista vai dizer que a floresta arde em chamas. Um treinador de futebol queixar-se-á dos elos de ligação entre a defesa e o ataque. Um governante dirá que gere bem o erário público. Um ministro anunciará o reforço das relações bilaterais entre dois países. E um qualquer político da nação vai pedir um consenso geral para sairmos juntos desta crise.
E por falar em crise! Quer apostar que a próxima manifestação vai juntar uma multidão de pessoas?
Ao contrário de outras doenças, a pleonasmite não causa dores desconfortáveis nem hemorragias de sangue. E por isso podemos viver a vida com um sorriso nos lábios. Porque um Angolano a pleonasmar, está nas suas sete quintas. Ou, em termos mais técnicos, no seu habitat natural.
Mas como disse no início, o descontrolo da pleonasmite pode ser chato para os que o rodeiam e nocivo para a sua reputação. Os outros podem vê-lo como um redundante que só diz banalidades. Por isso, tente cortar aqui e ali um e outro pleonasmo. Vai ver que não custa nada. E, já agora, siga o meu conselho: não adie para depois e comece ainda hoje a encarar de frente a pleonasmite!

Adenda: não sei quem é o autor deste texto, mas está muito bem esgalhado, não vos parece?

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