O sr. Cunha
Cavaco nunca teve dúvidas em relação ao corte dos salários na função pública. Argumentando que não pedia a fiscalização preventiva, porque os seus assessores e outros especialistas lhe tinham dado garantias que os cortes não eram inconstitucionais, Cavaco aprovou os diplomas num abrir e fechar de olhos. Quando o TC se pronunciou a favor da inconstitucionalidade, Cavaco fingiu que não era nada com ele. Os assessores por lá continuam. Quanto ao putativo PR, sem um pingo de vergonha, terá pensado que apoiar a violação da Constituição que jurou cumprir e fazer cumprir tinha tanta importância como dizer à netinha que não pode ir nadar na piscina da Coelha, porque pode aparecer ohomem do saco.
Ao fim de três anos de regabofe, a múmia de Belém é confrontada com um pedido do governo para solicitar ao TC a fiscalização preventiva dos novos cortes dos funcionários públicos. A partir da Coreia do Sul, o PR que mais vezes violou a Constituição em Portugal, já disse que irá cumprir a exigência do governo.
Atendendo a que os assessores são os mesmos que já emitiram pareceres pronunciando-se sobre a constitucionalidade dos cortes, a única justificação aparentemente plausível para Cavaco enviar os diplomas para o TC é a permeabilidade do PR às cunhas.
Mas há mais. Cavaco e o governo estudaram minuciosamente a data em que deviam enviar o diploma para apreciação pelo TC. Aproveitando o período de férias, ambos querem garantir que o diploma seja apreciado pelos juízes de turno que lhes forem mais favoráveis.
É uma tristeza, mas esta é a democracia que temos.
cronicasdorochedo.blogspot.pt
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