a broa
A série de posts sobre pão continua a norte, com uma das melhores broas de Avintes que já provei. No Porto, onde não há padarias como as de Lisboa, o pão-que-não-é-pão de supermercado parece ter-se tornado regra. No Pingo Doce ao pé de casa não havia à venda um único que não tivesse na lista de ingredientesgordura hidrogenada e/ou aditivos vários. O pão bijou, regueifa e broa vendem-se em mercearias, cafés e padarias diferentes das daqui, e parece-me que já não são esses que se comem na maioria das casas. A broa das fotografias foi comprada sábado de manhã na feira da Senhora da hora, numa venda que fica do lado oposto às outras que vendem pães e bolos. Ainda estava morna quando foi cortada e três dias depois continua fresca (hoje comemo-la na sopa). É macia e húmida por dentro, e foi cozida sobre folhas de couve, como é costume.
pão nosso (3 )
Dizer pão de forma é quase um paradoxo, porque quando é de forma raramente é pão digno desse nome. Este é a excepção e presença obrigatória no guia informal dos bons pães que se vendem aqui no bairro (ver também o primeiro e osegundo que referi): o belíssimo pão de centeio em forma da Panificação das Mercês . Só se faz à quarta-feira e convém reservar de véspera. Combina tão bem com sandes tipo gourmet, com cottage, nozes e rúcula, como com a nossa gulodice preferida: barrado com manteiga e polvilhado com açúcar e canela.
pão nosso (2 )
Continuando a gabar o bom pão que se come aqui no Bairro Alto, hoje é dia da broa de milho de Pampilhosa da Serra . Só se encontra na mercearia da D. Augusta (Rua da Rosa, 234 ), às segundas, quartas e sextas, e vem sem rótulos nem plásticos (é favor levar saco ). Em casa dura os dias que a gulodice deixar. É densa e adocicada, e tão boa na sopa como ao pequeno-almoço com manteiga e compota.
de ir ao pão
Quando comecei a ir sozinha ao pão (deve ter sido há um quarto de século, mais ou menos), toda a gente levava o seu próprio saco de pano. Quem não levasse pagava dois ou três escudos (que devia ser quase o preço de um papo-seco) por um de plástico. Hoje em dia vêem-se muito poucos sacos de pano na padaria e consta (disse-me uma padeira) que até há uma norma que impede quem vende pão de sequer aceitar pô-lo nos ditos por razões de higiene (que paranóia, sinceramente). Eu e a Dona A. somos duas das resistentes aqui da rua. Ontem armei-me em alfaiate lisboeta dos taleigos e não resisti a pedir-lhe uma fotografia.
A propósito do que e do como comemos, veja-se, reveja-se e recomende-se nas escolas dos nossos filhos:
pão nosso
Uma das muitas coisas boas de Lisboa é o pão. Aqui no Bairro Alto pode-se comer bom pão e diferente todos os dias. Não estou a falar de pão caseiro, biológico nem gourmet, e muito menos do enganador pão quente, mas sim do bom pão da padaria, feito atrás da loja durante a madrugada, e dos que várias mercearias recebem diariamente, de trigo, milho ou centeio, vindos de outros pontos do país e feitos só de farinha, fermento, água e sal. O da fotografia foi o nosso pão de segunda-feira:
Pão do coração da Panificação das Mercês
Pronto mais ou menos a partir das 10h, de segunda a sábado, e geralmente disponível nas versões mal cozido (na foto) e bem cozido (dependendo da disposição das padeiras).
No dia seguinte, quando sobra, dá umas magníficas torradas.
Pronto mais ou menos a partir das 10h, de segunda a sábado, e geralmente disponível nas versões mal cozido (na foto) e bem cozido (dependendo da disposição das padeiras).
No dia seguinte, quando sobra, dá umas magníficas torradas.
padarias de lisboa
padarias de lisboa
Tema improvável para um post e menos ainda para vários: padarias das que abrem das 7 à uma e das cinco às 7, que vendem pão feito na noite anterior em vez do pão quente a todas as horas que já nem é bem pão, com mosaico, azulejo, balcão de madeira e tampo de mármore. A última do meu bairro, na Rua das Gáveas, ainda atrai os turistas com os estuques pintados, mas nem o chão nem o balcão são tão bonitos como há uns anos. Ainda há alguma intacta?
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