Funcionários públicos da DGEG que trabalham num edifício com amianto estão alarmados com casos de cancro.
Há um ano, o Governo já admitia que não estava a fazer nenhum levantamento dos edifícios com amianto porque não tinha meios para tal. Isto apesar de haver uma lei que obrigava à elaboração, até Fevereiro de 2012, de uma listagem de edifícios públicos que contenham esta substância na sua construção.
A questão voltou hoje à ordem do dia, depois de revelado que 19 funcionários que trabalham no edifício da Direcção Geral de Energia e Geologia adoeceram com cancro.
Numa comissão parlamentar, em Fevereiro de 2013 (um ano depois do previsto), o então ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, revelava que o Grupo de Trabalho para os Assuntos do Território, a quem cabia fazer este levantamento, não tinha meios para levar a cabo a missão.
Na altura, Relvas disse que esperava que o novo quadro comunitário de apoio fosse uma "boa oportunidade" para se fazer o levantamento. "Logo se verá" nessa altura, disse então o ministro, perante a incredulidade da deputada d'Os Verdes, Heloísa Apolónia, que considerou a resposta uma "leviandade absoluta, indiciando uma verdadeira irresponsabilidade do Governo no que diz respeito à salvaguarda da saúde pública".
Quase um ano depois, o amianto volta à ordem dia, com a notícia de que os funcionários públicos da Direcção-Geral da Energia e Geologia estão assustados com casos de cancro na entidade e já pediram a mudança de instalações devido à existência de amianto no edifício.
O primeiro-ministro, Passos Coelho, garantiu de manhã desconhecer o caso. Isto depois de o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, ter avançado à TSF que se está à procura de uma outra localização para a DGEG, mas que é preciso encontrar uma renda mais barata e falta autorização do Ministério das Finanças. A denúncia do caso está numa carta a que a TSF teve acesso e que foi assinada no final de 2013 por 66 trabalhadores da DGEG pedindo a mudança de instalações. O documento fala numa "prevalência significativa de funcionários (19) que adoeceram com cancro".
"Não se brinca assim", referiu Heloísa Apolónia, dos Verdes, acusando o Governo de não ter feito ainda a inventariação de edifícios públicos com amianto, como está definido por lei. O primeiro-ministro admitiu a falha e disse que ela se deve a "insuficiências financeiras" que têm "impedido" o Executivo de "desempenhar essas obrigações". "A resposta que deu é grave", sublinhou a deputada d'Os Verdes
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