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segunda-feira, 13 de maio de 2013



Paulo Portas no alto do Parque Eduardo VII

Paulo Portas (Trumps - 1989)

A caminho da reunião extraordinária do conselho de ministro Paulo Portas deve ter parado no Alto do Parque Eduardo VII e olhado Lisboa a seus pés, a outrora capital do império, hoje capital dum País que ultrapassou a beira do abismo e que está em queda livre.

No alto do parque Paulo Portas quase consegue ver o edifício onde ficava o desaparecido Jornal O Independente, onde foi sub-director, mais tarde director, onde desde 1988 e durante uma década não deu tréguas aos políticos, aos governantes, aos corruptos, aos que usavam indevidamente os fundos públicos, em resumo, não deu tréguas aos mentirosos e aldrabões que defraudavam os seus eleitores em particular e o Povo em geral.

No alto do parque Paulo Portas ao ver a seus pés a outrora capital do império e a vislumbrar o seu antigo jornal deve pensar “No que eu me transformei! Sou pior que todos aqueles de denunciei!”. Paulo Portas já há muito que mudou de máscara, já não usa a máscara de jornalista e, aquela que à força queria usar, a máscara de estadista caiu hoje.

Paulo Portas conseguiu no espaço de uma semana mentir descaradamente a todo o País e trair mais de 3 milhões de pensionistas. Fê-lo com requintes de crueldade, não há nada mais cruel que dar uma falsa esperança a quem já a perdeu. Quando no passado dia 3 de Maio o porta-voz do ministro das finanças, o tal que dizem que é primeiro-ministro, veio anunciar que uma vez mais iam “bater” nos reformados estes naturalmente assustaram-se, preocuparam-se, viram a sua vida uma vez mais afectada. A 5 de Maio, Paulo Portas, ainda com a máscara de estadista, vem dar-lhes esperança, vem dizer que podem acreditar no futuro porque ele não vai permitir que nada de mal lhes aconteça, vem dizer que ele é o garante da protecção que os reformados e pensionistas mereciam.

A 5 de Maio estas foram as palavras de Paulo Portas: "O primeiro-ministro sabe e creio ter compreendido que esta é a fronteira que não posso deixar passar. O acordo foi o de procurar medidas suplementares sobretudo na despesa do Estado consigo próprio para permitir, como diz a carta do primeiro-ministro à 'troika', apresentar medidas de valor superior, ganhar margem de manobra e procurar que o resultado final seja mais justo e mais equilibrado. Não quero que em Portugal se verifique uma espécie de cisma grisalho, que afetaria mais de três milhões de pensionistas, uns da Segurança Social, outros da Caixa Geral de Aposentações, quero, queremos todos no Governo, uma sociedade que não descarte os mais velhos, quero, queremos todos no Governo, um ajustamento que não prejudique sobretudo os que não têm voz"

Sete dias depois caiu-lhe a máscara, uma máscara que de forma forçada quis usar mas que no fundo não era a sua. Sete dias depois Paulo Portas já não pode usar a máscara de jornalista, já não pode usar a máscara de estadista. Sete dias depois Paulo Portas revela-se pior que aqueles que durante anos denunciou. Ao ter passado a fronteira que disse ser intransponível Paulo Portas traiu os que nele acreditaram e perdeu a pouca credibilidade que ainda mantinha. Prestou um mau serviço ao País, prestou um mau serviço aos que nele acreditaram e em última análise prestou um mau serviço ao seu partido que com ajudas destas ainda volta a ser o famoso “Partido do Táxi”.  

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