MANIFESTAÇÃO EM BELÉM
Jerónimo diz que PR "é corresponsável" pela política do Governo
O secretário-geral do PCP acusou hoje o Presidente da República de "corresponsabilidade" na política do Governo "que sistematicamente viola a Constituição", o que justifica, "o clamor de indignação", que hoje se fez ouvir em Belém.
"Há um sentimento de indignação profunda porque do Presidente da República há um papel de corresponsável nesta política e neste Governo, mesmo sabendo que não há um regular funcionamento das instituições e tendo em conta que este Governo sistematicamente viola a Constituição", afirmou o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa.
O líder dos comunistas portugueses marcou hoje presença na manifestação convocada pela CGTP para as imediações do Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da República, Cavaco Silva.
O secretário-geral do PCP disse mesmo que os protestos de hoje deveriam levar Cavaco a "esfumar-se à beira do Palácio e tirar as suas conclusões".
"Este clamor de indignação é ajustado e justificado por essa corresponsabilidade do Presidente da República", acrescentou Jerónimo de Sousa, que considerou que os milhares de manifestantes concentrados em Belém "são uma grande manifestação, tendo em conta a exigência e imperativo nacional de demissão do Governo e convocação de eleições antecipadas".
Jerónimo de Sousa defendeu ainda que "o povo português tem cada vez mais consciência de que o Governo não pode continuar, porque só quer dar cabo do resto" e sublinhou que são manifestações como as de hoje que levaram a que o executivo tenha agora "uma base social de apoio reduzidíssima".
O líder do PCP declarou que a eventual convocação de uma greve geral é uma decisão que cabe aos trabalhadores, ainda que considere que o Governo tem em curso "uma ofensiva" à função pública e ao setor privado".
Quanto à possibilidade de Portugal vir a pedir à 'troika' (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) a renegociação das metas do défice para 2014, Jerónimo de Sousa entende que o país não precisa "de um remendo", mas de ver rejeitado "de forma clara" o memorando de entendimento com as instituições internacionais.
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