DEPUTADO do partido neonazi grego Aurora Dourada (AD) tentou ontem agredir o presidente da câmara de Atenas, Yorgos Kaminis, depois de este ter proibido uma manifestação da formação de extrema-direita no centro da capital grega. O golpe falhou o alvo, atingindo uma rapariga de doze anos.
A polícia de choque usou gás lacrimogéneo para impedir que os membros daquela formação distribuíssem comida – gratuitamente, mas "só a gregos" – na praça Syntagma, onde se situa o parlamento. Tendo chegado ao local por volta das sete da manhã, os elementos do partido desobedeceram aos avisos da polícia e, na altura em que chegou o camião com os alimentos, começaram a descarregá-lo, o que levou a polícia a lançar as granadas de gás.
Segundo testemunhas do incidente, Yorgos Germenis, o deputado da AD e baixista de uma conhecida banda de black metal, terá invadido as instalações municipais onde estava a ser distribuída comida a pessoas carenciadas e tentou agredir o autarca, ferindo a criança em circunstâncias ainda por apurar. As mesmas testemunhas afirmam que Germenis foi expulso das instalações por agentes de segurança, mas que antes terá ainda levado a mão ao bolso onde guardava uma pistola.
Antes da crise que se abateu sobre a Grécia e a arrastou para a actual situação de catástrofe social, o grupo dirigido pelo antigo militar Nikolos Mijaloliakos não passava de um movimento político marginal. Desde o eclodir da crise, contudo, o partido – cuja ideologia neonazi foi condenada por vários grupos dos direitos humanos e que ocupa actualmente 18 assentos parlamentares – ascendeu à quinta posição entre as forças políticas gregas.
A retórica centrada em acusações à população imigrante pelas dificuldades que o país atravessa, base do programa do AD, ainda convence, colocando neste momento o partido como a terceira força política em sondagens de intenção de voto, ficando atrás do Syriza (esquerda) e do Nova Democracia, no poder.
A acção promovida na Praça Syntagma ontem pelo movimento tinha como objectivo celebrar a Páscoa ortodoxa, que ocorre este fim-de-semana. Noutros eventos do género, os elementos do partido pediam aos destinatários que mostrassem os bilhetes de identidade para comprovarem que eram gregos.
Antes de ser a acção ser interrompida pela polícia, o Aurora Dourada conseguiu distribuir alguns alimentos, tendo depois continuado a distribuição noutros lugares da cidade.
Yorgos Kaminis explicou que a nenhum partido seria permitido usar aquela praça para fins impróprios, e prometeu que não iria ser condescendente com acções de "rufias". O autarca disse ainda que irá mover um processo contra o deputado pela agressão que terá sido registada por câmaras de segurança.
As autoridades gregas têm sido sistematicamente acusadas de não assumirem medidas contra os crimes de ódio e violência contra os imigrantes. Kaminis defendeu assim a intervenção policial de ontem como "vitória para o estado democrático".
Em comunicado, a direcção do partido que tem sido denunciado por várias organizações de defesa dos direitos humanos negou já a veracidade dos relatos, enquanto um porta-voz da polícia adiantou que já foi aberta uma investigação ao caso.
A polícia de choque usou gás lacrimogéneo para impedir que os membros daquela formação distribuíssem comida – gratuitamente, mas "só a gregos" – na praça Syntagma, onde se situa o parlamento. Tendo chegado ao local por volta das sete da manhã, os elementos do partido desobedeceram aos avisos da polícia e, na altura em que chegou o camião com os alimentos, começaram a descarregá-lo, o que levou a polícia a lançar as granadas de gás.
Segundo testemunhas do incidente, Yorgos Germenis, o deputado da AD e baixista de uma conhecida banda de black metal, terá invadido as instalações municipais onde estava a ser distribuída comida a pessoas carenciadas e tentou agredir o autarca, ferindo a criança em circunstâncias ainda por apurar. As mesmas testemunhas afirmam que Germenis foi expulso das instalações por agentes de segurança, mas que antes terá ainda levado a mão ao bolso onde guardava uma pistola.
Antes da crise que se abateu sobre a Grécia e a arrastou para a actual situação de catástrofe social, o grupo dirigido pelo antigo militar Nikolos Mijaloliakos não passava de um movimento político marginal. Desde o eclodir da crise, contudo, o partido – cuja ideologia neonazi foi condenada por vários grupos dos direitos humanos e que ocupa actualmente 18 assentos parlamentares – ascendeu à quinta posição entre as forças políticas gregas.
A retórica centrada em acusações à população imigrante pelas dificuldades que o país atravessa, base do programa do AD, ainda convence, colocando neste momento o partido como a terceira força política em sondagens de intenção de voto, ficando atrás do Syriza (esquerda) e do Nova Democracia, no poder.
A acção promovida na Praça Syntagma ontem pelo movimento tinha como objectivo celebrar a Páscoa ortodoxa, que ocorre este fim-de-semana. Noutros eventos do género, os elementos do partido pediam aos destinatários que mostrassem os bilhetes de identidade para comprovarem que eram gregos.
Antes de ser a acção ser interrompida pela polícia, o Aurora Dourada conseguiu distribuir alguns alimentos, tendo depois continuado a distribuição noutros lugares da cidade.
Yorgos Kaminis explicou que a nenhum partido seria permitido usar aquela praça para fins impróprios, e prometeu que não iria ser condescendente com acções de "rufias". O autarca disse ainda que irá mover um processo contra o deputado pela agressão que terá sido registada por câmaras de segurança.
As autoridades gregas têm sido sistematicamente acusadas de não assumirem medidas contra os crimes de ódio e violência contra os imigrantes. Kaminis defendeu assim a intervenção policial de ontem como "vitória para o estado democrático".
Em comunicado, a direcção do partido que tem sido denunciado por várias organizações de defesa dos direitos humanos negou já a veracidade dos relatos, enquanto um porta-voz da polícia adiantou que já foi aberta uma investigação ao caso.
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