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sábado, 21 de julho de 2012



    Nos empórios de um olhar se escondem fornalhas despenhadas e o ar silêncio.
 As faíscas brilham entre os campos vastos repletos de árvores diluvianas, descaindo suas ramas pelos terrenos afígies. Flores e ninhadas de rubis. Cavalos. Passáros. E o Astro completavam o anfiteatro.
 Camélias desbocavam, desbocam aqui e acolá. Margaridas. Papoilas fenícias entre a visão do agora e a ereção da natureza divina. Tua…
  Extasiada, Petúnia caminhou entre a vegetação fugaz. O Azul cobriu o céu e em reflexos surdos o círculo síbalo nas cimalhas dos Cristais. Tecedeiras, as sombras que entre os gritos mudos sopram salvas e asteriscos. O céu á boleia de um olhar, pelos orfantes nostálgicos, batimentos interiores, a respiração reflexa na luz arregaçada. O vermelho rigoroso de um coração silenciosamente libertino, procurando embarques, trajétorias e proliferações, provérbios entre a solidão pressentida nas alucinações sem nome. A ilusão plantada vinha. O tempo escorre aplainando o silêncio. Suposto em todos os espaços, batendo. Percorrendo-me na gota de um mundo que voa sobre o sonho ainda quente. Porta a porta. A dança infloresce primordialmente, o desassossego rasgo, a convulsão infinita, verbal, ontem, os espelhos dispersos expiram desnudares. Ataduras. Crivos. O vermelho arbóreo no percurso de um fogo faiscante brota hisbicos nas exalações medusas. As virgulas escolhidas e alcatroadas em nascentes nos vendavais indecifráveis, no pulsar que se desata intacto nos verões vivos onde o cio regista a luz, o canto e os guizos de um sexo em circunspecção.

Odin azougado toca-me tocando-se em curvas pela cinta pequena, absoluta por ali abaixo onde longamente atravessa tudo no instante batente. A amparar trilhos galopantes…

A ravina é mestre na vagina das mulheres quando em alámos friccionadas anunciam-se predadoras e ogivas perseguidoras. Brilham quando abertas. Fundidas. A carne violenta na manobra, fecha-te os olhos e as coisas que te vêm…

A ilusão plantada vem sem descanso num rio de suspiros e sincronias aladas a bailes que tornneiam loucamente, verticalmente, planadoramente todos os gestos vibratórios de um pénis em crua vassalagem. Fruto das águas que tombam intensas entre a sede e o espaço opaco da minha floresta que segrega hálito em alicerces que esgrimam os nossos dois reflexos sôfregos em rituais intermináveis, os abraços rejuvenescidos, a cadência dos gritos em nossos mares que gladiam infinitos…


Luisa Demétrio Raposo


* contos

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