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quinta-feira, 26 de julho de 2012


Será possível arrepiar caminho?



Para aí no final dos anos 70 do século passado, existiam entre 6 a 8 fábricas de vidro manual na Marinha Grande a funcionar. Claro que são conhecidos os célebres problemas do sector, nesses tempos algo conturbados. Na verdade e falando de cor penso que haveria para aí cerca de 3000 postos de trabalho nestas empresas que ao longo do tempo foram sendo encerradas. Outras nasceram, mas o destino acabou por ser o mesmo.

Recordo aqui um episódio que me marcou e que demonstra como os “Portugueses” em geral contribuíram para sepultar grande parte da nossa indústria.

Um dia fui convidado para ir beber um copo a uma cervejaria que tinha acabado de abrir. Logo reparei que grande parte dos copos eram de origem estrangeira. Dado que o proprietário até era filho de um industrial do ramo, inquiri-o sobre o porquê de numa terra onde a actividade principal era a fabricação de vidro e grande parte dos clientes viveriam dos rendimentos dessa actividade, do porquê? A resposta foi a de que havia que gastar o mínimo possível e como tal os tais copos serviam muito bem. Indignei-me e penso que se a memória me não falha nunca mais lá pus os pés.
Claro que a tal cervejaria há muito deixou de existir, tal como a totalidade das fábricas existentes também.

Este assunto poderia e deveria ser muito mais aprofundado e transportado para muitos outros sectores da nossa economia. A ânsia de comprar mais barato, a “mania de que o que é estrangeiro é que é bom” levou a que muitos sectores da nossa indústria sofressem em terras Lusas a concorrência que não lhes permitiu sobreviver.

Na verdade cada um de nós deve pôr a mão na consciência e para além de culparmos as políticas erráticas praticadas, quantos de nós somados a tantos outros não demos e continuamos a dar, o nosso contributo para a situação depauperante da nossa economia.

Sou dos que pensa que é possível arrepiar caminho, assim queiramos e a nossa consciência o determine. Se já não é possível ressuscitar o que morreu, salvemos o que está vivo!

blog Folha seca

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